Josias de Souza
Na economia, deseja estabelecer metas de elevação dos investimentos públicos e privados. Algo que permita projetar no tempo a correção das debilidades de infraestrutura do país e o aumento da renda per capita dos brasileiros.
Na área social, Dilma quer aliar ao esforço pela eliminação da pobreza balizas para a potencialização dos padrões educacionais do país. Vem daí a pregação do governo a favor da destinação de 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a Educacão.
O plano de metas de Dilma tem cheiro de 2014. Ela quer chegar à campanha reeleitoral munida de uma peça que tenha o jeitão de um projeto de país. Repisa a tecla segundo a qual o Brasil caminha para ser um país majoritariamente feito de classe média. E precisa informar como e quanto esse objetivo será atingido.
Os desejos de Dilma constrastam com os fatos. O governo não consegue pôr em prática nem os planos de curtíssimo prazo. Nesta segunda-feira (19), a ministra Miriam Belchior (Planejamento) divulgou um balanço da execução do orçamento do PAC para o ano de 2012. Na bica do encerramento do ano, informou que apenas 40,4% dos investimentos foram realizados. Os empreendimentos efetivamente concluídos somam 38,5%.
Em timbre de resignação, a ministra disse que atraso em obras é “regra do jogo” no Brasil. O comentário foi feito no instante em que Miriam explicava os critérios adotados pelo governo para reclassificar os empreendimentos do PAC. São três os critérios adotados: obra em estágio “adequado” de execução, “em atenção” e “em estado preocupante”.
Sempre que ocorrem atrasos, o governo promove uma conveniente reclassificação dos prazos, readequando o critério de classificação do empreendimento. Para o governo, a cronologia das obras não deve ser levada a ferro e fogo: “Se colocar cada dia de atraso, tudo teria que ser vermelho”, disse a ministra, referindo-se à cor que identifca nos balanços do PAC as obras “em estado preocupante”.