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DEMOCRACIA DOENTE

Winston Churchill, primeiro ministro britânico, em 1947, fez um discurso contundente no parlamento inglês em defesa da democracia ao afirmar que a democracia é a pior forma de governo, depois de todas as demais até então experimentadas ao longo da história.

Desde os tempos aristotélicos da antiga Grécia que a democracia vem se aperfeiçoando para se tornar o regime político que proporciona a liberdade, igualdade e fraternidade, valores inspiradores da Revolução Francesa no século XVIII.

Mas, depois de tanto tempo, ainda percebe-se que a democracia carece de aperfeiçoamento para se tornar o regime político que inspirou tantos pensadores ao longo dos séculos.

Dentro do espectro da ideologia política, a democracia deveria ser o regime em que todos elegíveis pudessem participar, em igualdade de condições, da escolha, através do voto, daqueles que irão receber o poder do povo para a governança do “bem público” por tempo determinado, transformando as propostas de governo em realidades voltadas para o interesse coletivo e o desenvolvimento social e econômico.

Porém, o que se verifica é uma democracia doente fulminada pelos interesses político-partidários, em que determinadas pessoas e/ou grupos se apoderam do capital político e econômico-financeiro para conquistar ou perpetuar interesses e privilégios de caráter privados e individuais.

O despudor no meio político é de dar náuseas, e se torna mais nauseante quando das campanhas eleitorais. Pessoas vendem o voto a qualquer custo para compradores despudorados que empurram ”goela abaixo” a grana com o fedor flatulento de cabos eleitorais inescrupulosos.

É um ciclo vicioso difícil de ser interrompido. Maus políticos, em regra, são eleitos por eleitores com pouca ou nenhuma consciência política. Esses eleitos, com raras exceções, alimentam o sistema que dá origem a novos eleitores desconscientizados ou descomprometidos com a política no sentido amplo, que por sua vez elegerão outros políticos descompromissados com os interesses da coletividade. E com isso, estabelece-se um sistema, cuja alienação é o elo que cria obstáculos para o avanço do processo político, ferindo a democracia na sua concepção original.

Somente com educação de qualidade, ampla e irrestrita, fomentada pelo Estado e com participação popular, pode-se romper esse ciclo pernicioso para o desenvolvimento social e democrático, salvando a democracia do estado de enfermidade em que se encontra.

Quando o elo será rompido, no sentido de vislumbrar uma nova realidade, é a grande interrogação.

 Aguardemos com determinação e esperança.


JMiguel

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