.
DESTAQUE:
print this page
Última Postagem:

Não há Democracia forte com Partidos Políticos fracos

O horário eleitoral tem revelado o que é do conhecimento de todos, ou seja, a constatação do enfraquecimento dos partidos políticos. O que não é nada bom para a democracia, pois eles funcionam como células vivas dentro do sistema político pulsando e impulsionando os movimentos ondularem responsáveis pela reciclagem do próprio sistema, atuando como núcleos de aprimoramento do processo democrático.

A desconstrução da política através do enfraquecimento dos partidos enseja o surgimento de grupos de pensamentos sectários que situados nos extremos do espectro político, sejam de direita e/ou de esquerda desprovidos de princípios doutrinários, buscam a sedimentação da política do pensamento único visando absolutizar o poder.

Partidos políticos fortes e identificados com a sociedade contribuem para edificação e consolidação das instituições democráticas. O PT, surgido em 1980, como um partido aglutinador das forças progressistas da esquerda e o PSDB, surgido a partir da dissidência do histórico MDB, em 1988, de pensamento liberal, pregando a socialdemocracia, tiveram papel proeminente na reconstrução e consolidação do processo democrático brasileiro.

Porém, hoje ambos estão pagando um alto preço pelos desvios de condutas de determinadas figuras ligadas às suas estruturas que ao chegar ao poder não honraram os compromissos da ética e da moralidade. A depuração de fatos e comportamentos inaceitáveis, bem como dos “mal feitos”, não podem esfrangalhar, ou até levar a extinção os partidos políticos. A punição deve recair sobre as pessoas, sempre buscando a preservação das instituições.

Nesse contexto, infere-se de que a aversão da sociedade à política esteja a caminho da factualidade, o que se tornaria um retrocesso catastrófico. Quando as pessoas do bem fogem da política, abrem-se caminho para ser governadas pelos “maus políticos”. Já dizia Platão na obra “A República” ao afirmar que: "O preço a pagares por tua não participação na política é seres governado por quem é inferior".

O bipartidarismo aparente é uma realidade das principais democracias contemporâneas, a exemplo dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Portugal, dentre outras. Inclusive o Brasil tem sido motivo de discussões controvérsias no meio político.

No Brasil, embora o pluripartidarismo seja uma garantia constitucional, os pequenos partidos não conseguem se afirmar como opção de poder, vivem na órbita dos grandes partidos, servindo apenas de instrumentos de barganhas políticas. Portanto, uma reforma política faz-se necessária e urgente, visando à moralização e a purificação do sistema partidário.

Democracia forte e sólida requer partidos políticos fortes com princípios ideologicamente definidos. 

A classe média é o pêndulo das decisões políticas, muito embora, em regra, não se identifica como uma classe social ideologicamente política e, sopesando as devidas proporções, tem certa rejeição à política.

Nesse sentido, o PT precisa reconquistar o apoio da classe média para se reestruturar como uma opção de centro-esquerda e maximizar seu espectro político para além das classes baixas e dos movimentos sociais, transformando assim num partido em que a classe média, de convicções esquerdistas, se sinta representada nos seus legítimos interesses, sem que isso implique em abandonar as suas bandeiras históricas.

Por outro lado, cabe ao PSDB fazer o auto expurgação do partido, com fim reconquistar o seguimento da classe média liberal de viés centro-direita, que há pouco tempo tinha esse partido como opção para sufragar a confiança do seu eleitorado.

Todavia, a refundação dos partidos políticos, sejam eles de centro, de esquerda, ou direita, torna-se imperiosa, no sentido da estabilização do processo político e, por consequência, o revigoramento da combalida democracia.



JMiguel


0 comentários

Repaginar o passado para continuar evoluindo

A ditadura militar, que se estendeu de 1964 – 1985, teve repercussões enormes na diretriz da sociedade brasileira. Foram ensinadas tradições que até hoje são vistas como sinônimo de respeito e confiança. A exemplo de:
      ·         Cantar o hino nacional antes de começar as aulas;
      ·         Respeitar a autoridade e hierarquia;
      ·         Sair de casa cedo e voltar para casa cedo;
      ·         Zelar por uma boa aparência.
Contudo, pode-se ver que os ditos valores têm se estendido logo após o seu término, pois se viveu um momento de disciplina e de progresso econômico, o que trouxe mais confiança e obediência da nação brasileira, mas trouxe, também, muitos desaparecimentos e desobediência aos direitos dos cidadãos, o que resulta numa insegurança e instabilidade emocional.
Nesse momento de transição em que se encontrava o Estado do Brasil, foi perceptivo, diversas maneira de violentar o cidadão brasileiro, como:
·         A censura;
·         A intolerância política;
·         A intolerância sexual;
·         A intolerância religiosa;
·         Desrespeito ao direito de ir e vir;
·         A austeridade;
·         A repressão a movimentos sindicais.
Dentre outras formas de violência, tornou-se rotina nesses 20 anos em que foi mantido o golpe militar, conseguindo modelar uma sociedade que estava passando por diversas mudanças desde Getúlio Vargas, que se encontrava evidenciando o engatinhar de uma sociedade que buscava por desenvolvimento em diversos direitos, tanto como cidadãos como trabalhadores, identidade e reconhecimento.
O que se pode observar é que TODOS tiveram que se adequar ao novo regime, tanto os idosos, quanto os adultos, e, principalmente, jovens e crianças. Essa repaginação dos comportamentos nas diversas faixas etárias da sociedade é o que impulsiona nossa sociedade atual a defender essas tradições, anteriormente mencionadas, como o certo e o dever-ser.
Visto isso, podemos entender porque a sociedade atual clama por muitos desses valores da época da repressão militar, quando se deparam com um momento de instabilidade econômica e social, já que tendemos a consultar nossas memórias, nossos costumes para encararmos momentos incertos.
Atualmente, vivemos num país daqueles que passaram pela repressão militar, no que se refere ao seu auge, e é visível, tanto quanto previsível, que tais pessoas busquem para seus filhos, neto, e até os vizinhos, comportamentos que eles julguem ter dado certo para si.
A contradição está em reafirmar os mesmos valores em uma cronologia diferente, onde não é mais possível enxergar os mesmos problemas e nem as mesmas necessidades, e indo mais além, nem a mesma sociedade, já que nossa concepção daquilo que somos e o que significamos está bem diferente daquilo enquanto visto no período do golpe, para a sociedade atual, como maneira de manter estável aquele paralelo em que nos encontrávamos anteriormente.
A busca pelo progresso e pela ordem não vem de apertar parafusos e nem de severas leis, vem de comportamentos evolutivos e de uma harmonia social, consagrados pela confiança e respeito, não pela obediência e austeridade.
Precisamos agora agir de maneira contrária e invertida daquela manifestada na época da ditadura, repaginando, portanto, não como público alvo os jovens e crianças, mas, sim, os adultos e idosos, sem fundamentos em ordem e progresso, mais, desta vez, em respeito e evolução.

Autor: Gabriel Brandão Magalhães
0 comentários

.

 
"
Design: Jmiguel | Tecnologia do Blogger | Todos os direitos reservados ©2012
"