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Rebuliço na política baiana não é fato novo

Nos últimos 41 anos a Bahia protagonizou fatos políticos inusitados, alguns intempestivos outros nem tanto, que deram nó na cabeça dos baianos, deixando-os sem entender o que estaria acontecendo nos bastidores políticos. 

Se os fatos tiveram como fim atender interesses pré-estabelecidos nos porões do poder, não se sabe, mas que se tornaram registros marcantes no mundo da política, isto não há dúvidas. 


Em 1981, o então prefeito Mário Kertész, cria política de ACM, o avô, rompeu surpreendentemente com o seu criador, migrando para o MDB, e, no ano seguinte, elegeu sua esposa, Eliana Kertész, para a Câmara Municipal, tornando-se a vereadora filiada ao MDB mais votada da capital baiana. 

Em 1986, Waldir Pires, pelo MDB, se elegeu governador na primeira eleição pós ditadura militar, desbancando o candidato do PFL representante da oligarquia política baiana, o então senador Josafá Marinho. 

Em 1989, Waldir Pires foi indicado a vice na chapa de Ulisses Guimarães, um candidato sem a mínima chance de vitória, o que fez com que Waldir renunciasse ao cargo de governador e o vice Nilo Coelho, um "neo oligarca" do conservadorismo burguês, assumisse o governo. 

Em 2006, numa eleição surpreendente, Wagner desbancou o candidato favorito nas pesquisas, o então governador Paulo Souto convicto da sua reeleição, perdeu no primeiro turno, causando um rebuliço sem precedentes no núcleo do carlismo, que estava no poder há anos. 

Em 2018, ACM, o Neto, surpreendentemente, desiste da candidatura ao governo deixando os correligionários e apoiadores a ver "navios". Houve início de desagregação do DEM baiano que se recompôs mais tarde, porém deixando mágoas irreconciliáveis. 

Os "fuxiquentos" disseram que houve um acordo entre Neto e Wagner, no qual Neto aceitou desistir da candidatura, e em troca o PT não apresentaria um candidato competitivo para a eleição municipal. Coincidência ou não, a candidata do PT em 2020 foi um fiasco. Uma desconhecida do mundo da política não passou de uma simples candidatura simbólica do partido. Bruno Reis ganhou no primeiro turno. 

Em 2022, o grupo político liderado pelo PT está em rota de colisão, provavelmente, será o fim da coligação política que governa a Bahia há quase 16 anos. A dissolução do grupo interessa aos planos de ACM, o Neto, para ganhar a eleição no primeiro turno. 

O imbróglio criado no grupo político liderado pelo PT, pode ter por trás as digitais de Rui Costa, que, provavelmente, está de relacionamento estremecido com Wagner. 

Mais cedo ou mais tarde as tramoias dos bastidores, que visam salvar a pele de alguns, enquanto mandam outros para a cova dos leões, virão a público. 

A política tem dinamismo e ética própria que influenciam direto ou indiretamente o comportamento da sociedade, criando ciclos viciosos que se retroalimentam para manter as estruturas do sistema, onde as relações opressoras e oprimidas ocorrem numa relação simbiótica e de cumplicidade. 

Os encontros de interesses e desinteresses, travados nos porões penumbrantes da política, só tem um perdedor: o povo. Este continua como gado manso a caminho do matadouro. 

Novos fatos hão de surgir até a eleição de outubro, inclusive ACM, o Neto, voltar um olhar de "bom moço" para Lula e começar uma nova onda "LulaNeto", tudo é possível, ou nada é impossível. 

Por enquanto, só nos resta aguardar a marcha dos acontecimentos.


JMiguel


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