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Revoltas sociais dão sinais de alerta

OPINIÃO

O sucesso da economia chilena deve ser analisado numa perspectiva relativizada. A classe média de hoje começa a desintegrar em consequência da política neoliberal da ditadura Pinochet, que governou o Chile por quase duas décadas.

 

Ao final da era Pinochet foi implantado um modelo de “sistema de capitalização” para aposentadoria idealizada pelos colegas de Paulo Guedes, os “Chicago Boys”. O mesmo sistema que o Paulo Guedes deseja implantar no Brasil.

 

Esse sistema de capitalização começou a produzir os frutos da maldade ao levar os aposentados a um estado de mendicância. Contudo, esse não é o único fator que está levando o Chile à convulsão social. Existem outros, inclusive de natureza histórica. Todavia, há de se ressaltar de que a concentração de renda é um fator relevante na desintegração social, pois fragmenta os estratos sociais em que grupos privilegiados enriquecem em detrimentos de outros menos favorecidos, gerando então o ingrediente para as revoltas de desestruturação do tecido social.

 

O capitalismo é o sistema econômico que enseja condições às pessoas para desenvolverem aptidões conforme suas potencialidades. A partir da concepção da propriedade privada e através dos meios produtivos, busca-se o acúmulo de lucro. Provavelmente este não seja o sistema ideal, mas é o que foi possível atender relativamente aos anseios da sociedade moderna. Entretanto, faz-se necessária a mão invisível do Estado para compensar o desequilíbrio ocasionado pelas forças antagônicas do próprio sistema, proporcionando justa distribuição de renda e oportunidade para todos, essenciais para manter o equilíbrio e a paz social.

 

O mundo vive inquietações que exigem muita reflexão para ser compreendidas, se é que isso é possível. As pessoas estão sentindo o limite da tolerância em razão de pouca ou quase nenhuma perspectiva de uma vida melhor, onde se possa vislumbrar um futuro mais promissor. América latina tem problemas históricos cujas raízes estão na colonização da região, onde cada país tem suas especificidades. Os diversos processos políticos vividos particularmente em cada um deles, ao longo do processo histórico, não tiveram soluções capazes de deixar um legado de bem-estar duradouro às suas respectivas populações.

Isso é preocupante, pois a deterioração da economia de países como Brasil, Argentina e Chile, entre outros, pode tornar a região um barril de pólvora pronto para explodir.

 

A democracia na América Latina ainda carece de ter seus fundamentos consolidados a ponto de evitar o retorno das ditaduras, pois estas ainda permanecem entranhadas nos quartéis e povoam as mentes de parte da direita conservadora.

 

O recrudescimento dos movimentos de ruas no Equador e no Chile demonstra a “priori” que o neoliberalismo não trouxe perspectivas de melhoria da qualidade de vida da população. Por conseguinte, a reeleição de Evo Morales, embora questionável pelo longo período no poder, e a provável eleição de Alberto Fernandez e Daniel Martinez, na Argentina e no Uruguai, respectivamente (todos os candidatos de esquerda), podem indicar que a direita caminha para o fracasso político no cone sul.

 

Os próximos acontecimentos indicarão o que se poderá vislumbrar sobre o futuro.



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