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Tragédias que matam e envergonham o Brasil

Mariana e Brumadinho colocam o Brasil no rank negativo das maiores tragédias com rompimentos de barragens no mundo.

A negligência na fiscalização por parte das autoridades públicas e a pouca efetividade do Ministério Público como membro de atuação imparcial em defesa dos direitos e garantias individuais e coletivas, mormente em favor das minorias e dos hipossuficientes, deram ensejo para que a tragédia de Mariana e Brumadinho ceifassem tantas vidas inocentes; dizimassem um número incalculável de vida animal; exterminassem para sempre parte da fauna e flora da região.

Os prejuízos materiais, morais e valores sentimentais são irreversíveis. Tudo isso poderia ser evitado se o Brasil fosse um país em que as leis fossem cumpridas com o rigor necessário. Mas o que se observa é a leniência do poder público no cumprimento de suas atribuições em que o interesse público muitas vezes é voltado para atender interesses privados.

O capitalismo nas suas concepções filosóficas apresenta contradições muitas vezes incompreensíveis, pois ao tempo em que proporciona riquezas que trazem satisfação pessoal, alegria e sensação de felicidade que podem livra da opressão do sistema àqueles que usufruem das riquezas, também gera insatisfação, tristezas, infelicidades e até mesmo a morte, em decorrência das características avarentas do próprio sistema.

Por tudo isso, torna-se imperativa a atuação do Estado na fiscalização e acompanhamento do gerenciamento de qualquer espécie de barragem seja pública ou privada.

A tragédia de Mariana e de Brumadinho não pode ser debitada exclusivamente na conta de apenas um governo, todos governantes, por ação ou omissão, tem sua parcela de responsabilidade no gerenciamento das políticas ambientais. Apenas para ilustrar, o que se vê agora é o governo recentemente empossado com um discurso favorável a flexibilização da política ambiental, fim viabilizar de maneira célere implantação de projetos de interesse da iniciativa privada. Inclusive o governo com essa visão torpe acabou vinculando o ministério do meio ambiente ao da Agricultura controlada por representantes do agronegócio. Imagina no que isso pode dar. Quando o Estado exime de suas responsabilidades na fiscalização das ações do setor privado, onde se faz necessário em razão de determinadas atividades desenvolvidas por esse setor cujo grau de risco para a coletividade e o meio ambiente é alto, termina pagando consequentemente um preço alto com irreversibilidade dos danos.

Às vezes é preciso que se instale o caos para que se busque soluções concretas. Mariana poderia ter sido uma lição. Mas apesar de tanto sofrimento não se aprendeu ou não se quis aprender nada; foi preciso outra tragédia maior para alertar a sociedade e as autoridades públicas o quanto se precisa evoluir. Será que desta vez ficará o ensinamento ou será preciso outras tragédias para indicar o caminho da evolução?

Quando o Brasil deixará de ser um país que envergonha o mundo com suas tragédias causadas pela inépcia, irresponsabilidade dos seus governantes e falta de espirito público? Responda quem souber.

JMiguel
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