Conforme a Tribuna já havia anunciado, o
governador Jaques Wagner (PT) manifestou o seu desejo de voltar à Câmara
Federal e disse que não descarta a possibilidade de deixar o governo antes do
término do mandato, em 2014, para disputar a eleição.
Em entrevista a Mário Kertész, na
Rádio Metrópole, na manhã de ontem, Wagner disse que passaria tranquilamente o
bastão para o vice-governador Otto Alencar (PP), em março de 2014, para
disputar o pleito, e negou qualquer tipo de vontade de buscar uma cadeira no
Senado.
“É o ano da Copa do Mundo. Há
muitos eventos importantes. Mas posso sair também em março. Minha relação com
Otto é muito boa. Creio que esse governo tem dado certo porque juntou a minha
forma de fazer política com a forma dele. Creio que caminhando desse jeito,
chegamos bem em 2014”, argumentou, antes de sugerir que almeja retornar à
Câmara dos Deputados. “Quero ajudar a presidenta Dilma a governar com meu
trabalho na Câmara (...). Seguramente, senador eu não vou ser”, garantiu.
Quando questionado sobre a sucessão
estadual em 2014, o líder petista preferiu se esquivar. Assegurou ainda não ter
escolhido quem irá apoiar para, eventualmente, sucedê-lo. Segundo ele, ainda há
muito o que conversar com os partidos da base aliada, já que além de nomes do
PT, há importantes quadros de outras legendas que vislumbram o posto.
“Candidato a governador só vamos começar a discutir a
partir do ano que vem. (...) Vamos conseguir manter a unidade desse grupo”,
disse, referindo-se ao PT e siglas aliadas. Wagner lembrou que o grupo político
liderado por ele elegeu, até aqui, 350 das 417cidades baianas,
configurando certa hegemonia.
Já em relação à disputa em Salvador, em que o PT aposta
todas as fichas no companheiro Nelson Pelegrino, reiterou confiança e
destacou que a candidatura da oposição, encabeçada por ACM Neto, está isolada.
Ele comentou ainda as críticas que tem sofrido durante a campanha por parte de
ACM Neto e outros adversários políticos atuais.
“A oposição é para isso mesmo”, considerou. Sobre o PMDB,
que faz parte da aliança nacional,
mas que na Bahia é oposição, Wagner disse que não comentaria questões internas
da legenda no âmbito local. Por fim, o governador evitou qualquer tipo de
ataque ao prefeito João Henrique (PP).
“O meu estilo é outro. Eu vou ficar massacrando o
prefeito? Não faço isso. (...) O problema é que Salvador vive uma instabilidade
político-administrativa muito grande nos últimos (oito) anos. No que eu pude
ajudar, ajudei. Agora, o dia a dia da cidade,
eu não posso fazer”, resumiu.