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Caetano impõe condição para apoiar ACM Neto e diz que em SP votaria em Haddad

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NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR

O cantor e compositor Caetano Veloso, 70, condiciona seu apoio a ACM Neto na eleição para a Prefeitura de Salvador a uma mudança no nome do aeroporto da cidade.
Na última quinta-feira (18), a Folha publicou uma declaração de Caetano na qual demonstrava predileção ao democrata na disputa do segundo turno contra Nelson Pelegrino (PT).
"Eu prefiro que ele [ACM Neto] ganhe. Logo eu, que passei a vida inteira me opondo ao avô dele", disse após show com Gilberto Gil, em Brasília, que lembrou os 20 anos da morte de Ulysses Guimarães, um dos ícones da resistência democrática durante a ditadura militar (1964-1985).
Andre Borges/Folhapress
Cantor Caetano Veloso em apresentação em memória aos 20 anos do desaparecimento de Ulysses Guimarães
Cantor Caetano Veloso em apresentação em memória aos 20 anos do desaparecimento de Ulysses Guimarães
A campanha de ACM Neto, então, passou a tentar capitalizar em cima do tema, com agradecimentos do candidato em texto distribuído à imprensa. Procurado pelo jornal, Caetano comentou a situação.
"Para ter um voto meu, ele precisaria declarar que o aeroporto de Salvador deve retirar o nome do seu tio. Detesto que ele se chame Aeroporto Luís Eduardo Magalhães", afirmou.
Até 1998, quando o filho do senador ACM morreu, o terminal era batizado como "Dois de Julho", em referência à data da Independência da Bahia.
Em 1823, mesmo após a Independência oficial do Brasil, os portugueses continuaram dominando Salvador, à época a maior cidade brasileira.
Em 2 de julho daquele ano, as tropas do Exército libertador, formado principalmente por negros e índios, entraram na capital baiana e expulsaram definitivamente os militares portugueses.
Valter Pontes/Divulgação
ACM Neto, candidato à Prefeitura de Salvador
ACM Neto, candidato à Prefeitura de Salvador
O nome do aeroporto é considerado um dos assuntos mais polêmicos no Estado, assim como a construção do metrô soteropolitano, em obra desde 1999 e que permanece sem data prevista de inauguração.
Em entrevista à Folha, no último dia 8, o governador Jaques Wagner (PT) também falou sobre essa questão.
"Quando assumi [em 2006], me encheram o saco, como se dependesse de mim. Meu amigo, é uma lei federal. Eu tenho vontade [de recuar]. Nós fizemos um erro, na emoção de um cara que morreu antes da hora, que era um cara com trato bom com todo mundo, aí resolveram fazer uma homenagem. Como era simplesmente a data maior da Bahia, é óbvio que foi uma violência."
Wagner acrescentou: "Então, eu já propus à família: 'Rapaz, a gente batiza edifício Luís Eduardo Magalhães o prédio do aeroporto, e bota Dois de Julho novamente, que é como se fosse o nosso Sete de Setembro'. Aí eles acham que é uma afronta. E é o contrário, seria uma grandeza".
HADDAD
Fábio Braga/Folhapress
Fernando Haddad, acompanhado de DIlma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e lideranças do PT
Fernando Haddad, acompanhado de DIlma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e lideranças do PT
A gestão do governador, aliás, foi um dos motivos citados por Caetano para preferir ACM Neto a um candidato petista na cidade. "Salvador está em péssimo estado com a dobradinha do amável Wagner e o abominável João Henrique [o prefeito, do PP]".
O músico, que chegou a fazer campanha por Marcelo Freixo (PSOL) durante o primeiro turno no Rio, também se manifestou favoravelmente a Fernando Haddad (PT), que enfrenta José Serra (PSDB) na capital paulista.
"Se morasse em São Paulo votaria em Haddad. Em Salvador, prefiro ACM. Mas felizmente não voto na Bahia, pois teria dificuldade com o nome do candidato", finalizou.
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