O Rede Sustentabilidade pretende nascer em "cima do muro", não será nem situação, nem oposição, muito pelo contrário
A proposta de criação do novo partido da Marina Silva sugere que o mesmo poderá nascer imbuído de uma crise de identidade, pois de acordo com o seu discurso, o partido não será nem oposição nem situação; dando margem a interpretação de que poderá nascer “em cima do muro”. O que é uma pena, pois, partidos fortes com ideologia e identidade política contribuem para o aperfeiçoamento e consolidação do processo político e democrático.
Alguns aspectos do discurso chamaram
atenção, muito mais pelo conteúdo do que pela forma: Quando ela afirma que “apesar de exigir "ficha limpa" para
seus dirigentes partidários e candidatos, os filiados não
precisarão seguir a mesma regra, podendo entrar para o partido mesmo que
tenham problemas com a Justiça”. Embora tenha sido dito que haverá fortes
restrições para as doações de campanha, a lógica de que o que vale para os
dirigentes e candidatos não deva valer para quem deseja filiar-se está desassociada
dos anseios da sociedade. Portanto, perde o Rede a oportunidade de nascer fazendo
a diferença.
Diante de tais fatos, pode-se concluir que, com exceção do próprio nome, o Rede Sustentabilidade
poderá não representar nada de novo no sentido conceitual, mas sim, ser apenas mais um
partido e poderá servir de hospedaria para descontentes de outras siglas.
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