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“Carnaval é um retrato do Brasil atual”, diz João Jorge

Por Agnelo Regis
“O Carnaval do país é um retrato do Brasil atual. Ele é um Carnaval discriminatório, segregado, com mecanismos que reproduzem o capitalismo brasileiro: a grande exclusão da maioria em benefício de uma minoria”. A sentença é de quem entende muito bem do assunto: João Jorge Rodrigues, presidente do Olodum, um dos mais importantes blocos do carnaval de Salvador. 

Em excelente entrevista à Folha, João Jorge traz um balanço da atual situação dos blocos afro e dos artistas emergentes na capital baiana. Avalia que a diversidade, principal riqueza do carnaval baiano, está diminuindo e sintetiza: “A ordem é: quem tem mais dinheiro”.

“Qual prefeito ou governador vai dizer: ‘A gente banca o Carnaval, dá segurança, saúde, infraestrutura, gasta R$ 84 milhões, e todos terão de cumprir a seguinte diretriz - será um desfile alternativo, com um bloco afro, depois um afoxé e um bloco de trio. Um bloco travestido e um trio independente. Em horários que todos possam aparecer na TV’. Quero ver qual autoridade da Bahia vai fazer isso", desafia João Jorge.

Ele também traz reflexões importantes sobre questões como preconceito, violência e repressão. Lembra, por exemplo, que “um dos fenômenos mais interessantes do Carnaval é a visibilidade da homossexualidade. Mas é também no Carnaval em que os homossexuais são mais agredidos”. Não deixem de ler a entrevista do presidente do Olodum, disponível no site da Folha (clique aqui).
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