Mauricio Dias, colunista de Carta Capita, comenta na sua coluna "Andante mosso" sobre as malemolências que tem feito parte das atribuições do Procurador.
Política
Maurício Dias |
Impeachment de Gurgel I
Ganhará vida, nos próximos dias, ação de impeachment do procurador-geral Roberto Gurgel.
Aderson de Carvalho Lago Filho, primo do ex-governador Jackson Lago, protocolará o pedido no Senado, com o relato de três ações contra a governadora Roseana Sarney,
do Maranhão.
Sobre elas Gurgel sentou-se com o seu volumoso peso.
Em 18 de fevereiro, Aderson encaminhou ao próprio Gurgel uma representação “por crime de responsabilidade” contra o procurador-geral. Ele anexou espelhos da “movimentação processual”. Melhor traduzindo, “paralisação processual”.
Gurgel, por exemplo, abafa notícia-crime contra Roseana desde julho de 2010.
Impeachment de Gurgel II
Há uma aberração nessa história onde se pede a cassação de Roseana.
O relator foi o advogado Arnaldo Versiani. Gurgel segurou o processo até a conclusão do mandato de Versiani. Após isso, redistribuiu o caso, que “caiu” no colo da ministra Luciana Lóssio.
Luciana foi advogada de Sarney por oito longos anos.
O ex-presidente da República, gentil homem, compareceu à posse dela no dia 26 de fevereiro.
Impeachment de Gurgel III
Outro caso expressivo dessa, digamos, malemolência de Gurgel é o recurso, de novembro de 2011, contra a “expedição de diploma” de posse a Roseana.
A relatoria coube à vice-procuradora Sandra Cureau.
Sandra já tinha a decisão quase pronta. Foi surpreendida, porém, pela redistribuição do caso que, por coincidência, passou às mãos do procurador-geral. E assim já se passaram quase dois anos.