"Quando nos adaptamos a uma sociedade doente, nos
tornamos combalidos"
(Laene Ribeiro)
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Somos uma sociedade doente que não é capaz de
reconhecer sua própria doença
A reflexão que se pode
tirar desse episódio é entender o quanto somos vítimas de um sistema cruel que
nos instrumentaliza ao ponto de nos roubar a própria consciência dada pelo bom senso.
Estamos perdendo de
maneira rápida e espantosa a sensibilidade de perceber de que a sociedade é
constituída de pluralidades de classes, e que essas classes precisam estar respeitosamente interconectadas para a sustentabilidade de uma estrutura social equilibrada e pacífica.
Não podemos esquecer
de que as agruras de muitos são resultados da insensibilidade e do egoísmo de tantos outros.
Voltando ao episódio
da criança, vítima de discriminação, induz-se a imaginar de que o próprio
Segurança, que também é vítima desse sistema massificador e moedor de gente, que "coisifica" as pessoas tornando-as objeto-escravas de si mesmas, não foi capaz de enxergar através do menino pedinte o quanto somos vítimas de uma estrutura social desumana.
A falta de
oportunidade para se inserir no mercado de trabalho; a ausência de uma política
de educação pública de qualidade e inclusiva; a falta de uma saúde pública ampla e de qualidade; e a (in) segurança pública que remete às pessoas a viverem sob o pânico do medo, podem nos levar ao caos social, restando chegar ao ponto desesperador de quem nada tem, invadir as residências de quem tem, o intuito de roubar comida em nome da sua própria sobrevivência. Então, aí seria o fim.
Precisamos curar
urgentemente da nossa saúde “psicossocial” e buscar por ações de solidariedade, de respeito e tolerância às diferenças, o caminho da harmonia enxergando no outro o próximo com quem temos que somar e não o indiferente para o qual tudo deve ser negado.
JMiguel