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A política oligárquica do atraso que impede o desenvolvimento do país 👎


O Brasil é um país onde o desenvolvimento econômico e social não avançam de maneira continuada e sustentável, devido às amarras políticas e oligárquicas que estão entranhadas no Estado desde os primórdios do colonialismo.

No decorrer das três primeiras décadas do século passado o Brasil continuava um país submergido no obscurantismo do atraso. Somente a partir de 1930, quando houve a revolta armada liderada pelos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, começa o rompimento de uma estrutura arcaica com o fim da República Velha representada pela oligarquia política do café com leite. Ato contínuo, Getúlio Vargas assume o poder inaugurando a "Era Vargas" com implementação de políticas públicas que visavam a reestruturação do país, até então assemelhado a um continente abandonado à própria sorte, onde apenas sul e sudeste representavam o que poderia ser considerado país compreendido num contexto de viés civilizatório; enquanto o restante era dominado pelo coronelismo; pelo cangaço e pela jagunçada, onde as leis e delimitações territoriais, para atuação de grupos que agiam conforme seus interesses e conveniências, eram estabelecidas pelos próprios personagens.

Getúlio, ao implantar o Estado Novo, pelo bem ou pelo mal, estabeleceu regras que criaram condições para a integração da nação com desenvolvimento social. Estabeleceu regramento de conduta social e de garantia de direitos trabalhistas; deu início a preparação para o desenvolvimento industrial que o país iria experimentar nos anos seguintes.

Tudo isso aconteceu dentro de um contexto sociopolítico arraigado pela cultural escravocrata e da subserviência herdada do período colonial. 

Vencido o período obscurantista, o país continua atrelado aos mesmos vícios de um passado remoto, os quais impedem o desenvolvimento e aniquilam os sonhos de nação integrada ao mundo desenvolvido, onde os cidadãos possam se orgulhar de participar da riqueza que cada um ajuda produzir.

O entrave está na prática política do provincianismo instrumentalizada para alimentar o sistema que privilegia a elite retrógrada. Essa elite continua adotando práticas dos tempos da Casa Grande.

As barganhas políticas inescrupulosas, os favores de bastidores e os arranjos estabelecidos nos porões escuros do poder continuam como dantes, buscando os mesmos objetivos. Mudaram apenas a aparência e a sofisticação no pós-redemocratização.

Apenas para relembrar alguns fatos:

 · A CPI da corrupção instalada no governo Sarney para investigar a liberação de verbas de controle da presidência para os municípios, privilegiando os municípios maranhenses sem qualquer critério.

 ·  A CPI do PC Farias no governo Collor de notório conhecimento público. Seguida do escândalo da LBA envolvendo Rosane Collor.

 ·   Os anões do orçamento representados por um grupo de deputados ao montar um esquema de aprovação de emenda na Comissão de Orçamento do Congresso para desviar dinheiro público.

 ·  O escândalo do governo de Fernando Henrique Cardoso com a compra de deputados para aprovar a emenda da reeleição.

 ·   A propina das privatizações da Telebrás e Vale do Rio Doce também do governo FHC.

 · A CPI das Sanguessugas instalada para desmontar esquema de corrupção de deputados e senadores enrolados com emendas orçamentárias destinadas a compra de ambulâncias.

 ·  A CPI do mensalão instalada para desbaratar um esquema de compra de votos no Congresso envolvendo a base aliada do governo Lula.

O esquema corruptivo prosseguiu nos governos Dilma, Temer e retornou vorazmente no governo Bolsonaro, onde encontrou ambiente propício para alargar seus tentáculos com o fim de apropriar dos recursos públicos e destiná-los aos interesses da política nefasta que busca perpetuar no poder os mesmos grupos, as mesmas famílias ou os mesmos feudos políticos que sempre atuaram no Estado como carrapatos.

Essa turma banca o "bom samaritano" para levar o povo no "bico" (eles agem como aves de rapina) e garantir a manutenção do ciclo vicioso que mantém a continuidade dos seus privilégios.

O escândalo do momento é apresentado na forma de distribuição de tratores superfaturados para serem doados às comunidades rurais representativas de redutos oligárquicos, onde muitos dos pobres rurícolas acreditam ser uma benção do "Messias" personificado na figura esquizofrênica do Jair, um sujeito encalacrado com encrencas que vão desde corrupção a milicianos, o que está tudo junto e misturado.

O suposto orçamento secreto do governo Bolsonaro alocou em torno de três bilhões, segundo o que se noticia na imprensa, para o aliciamento de deputados, com o fim manter uma base fiel ao desgoverno, e livrar o Presidente de um eventual Impeachment.

O Presidente, quando candidato, utilizou-se de um discurso fascistoide, no qual propunha a ruptura das velhas estruturas oligárquicas, engendradas nas práticas corruptivas, as quais dariam lugar a nova política lastreada no discurso do enfrentamento e da intolerância. Quem acreditou quebrou a cara e já está assumindo o arrependimento; somente a bovinada continua acreditando nas asneiras bolsonaristas, inclusive de que a terra é plana.

JMiguel


 

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