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Repaginar o passado para continuar evoluindo

A ditadura militar, que se estendeu de 1964 – 1985, teve repercussões enormes na diretriz da sociedade brasileira. Foram ensinadas tradições que até hoje são vistas como sinônimo de respeito e confiança. A exemplo de:
      ·         Cantar o hino nacional antes de começar as aulas;
      ·         Respeitar a autoridade e hierarquia;
      ·         Sair de casa cedo e voltar para casa cedo;
      ·         Zelar por uma boa aparência.
Contudo, pode-se ver que os ditos valores têm se estendido logo após o seu término, pois se viveu um momento de disciplina e de progresso econômico, o que trouxe mais confiança e obediência da nação brasileira, mas trouxe, também, muitos desaparecimentos e desobediência aos direitos dos cidadãos, o que resulta numa insegurança e instabilidade emocional.
Nesse momento de transição em que se encontrava o Estado do Brasil, foi perceptivo, diversas maneira de violentar o cidadão brasileiro, como:
·         A censura;
·         A intolerância política;
·         A intolerância sexual;
·         A intolerância religiosa;
·         Desrespeito ao direito de ir e vir;
·         A austeridade;
·         A repressão a movimentos sindicais.
Dentre outras formas de violência, tornou-se rotina nesses 20 anos em que foi mantido o golpe militar, conseguindo modelar uma sociedade que estava passando por diversas mudanças desde Getúlio Vargas, que se encontrava evidenciando o engatinhar de uma sociedade que buscava por desenvolvimento em diversos direitos, tanto como cidadãos como trabalhadores, identidade e reconhecimento.
O que se pode observar é que TODOS tiveram que se adequar ao novo regime, tanto os idosos, quanto os adultos, e, principalmente, jovens e crianças. Essa repaginação dos comportamentos nas diversas faixas etárias da sociedade é o que impulsiona nossa sociedade atual a defender essas tradições, anteriormente mencionadas, como o certo e o dever-ser.
Visto isso, podemos entender porque a sociedade atual clama por muitos desses valores da época da repressão militar, quando se deparam com um momento de instabilidade econômica e social, já que tendemos a consultar nossas memórias, nossos costumes para encararmos momentos incertos.
Atualmente, vivemos num país daqueles que passaram pela repressão militar, no que se refere ao seu auge, e é visível, tanto quanto previsível, que tais pessoas busquem para seus filhos, neto, e até os vizinhos, comportamentos que eles julguem ter dado certo para si.
A contradição está em reafirmar os mesmos valores em uma cronologia diferente, onde não é mais possível enxergar os mesmos problemas e nem as mesmas necessidades, e indo mais além, nem a mesma sociedade, já que nossa concepção daquilo que somos e o que significamos está bem diferente daquilo enquanto visto no período do golpe, para a sociedade atual, como maneira de manter estável aquele paralelo em que nos encontrávamos anteriormente.
A busca pelo progresso e pela ordem não vem de apertar parafusos e nem de severas leis, vem de comportamentos evolutivos e de uma harmonia social, consagrados pela confiança e respeito, não pela obediência e austeridade.
Precisamos agora agir de maneira contrária e invertida daquela manifestada na época da ditadura, repaginando, portanto, não como público alvo os jovens e crianças, mas, sim, os adultos e idosos, sem fundamentos em ordem e progresso, mais, desta vez, em respeito e evolução.

Autor: Gabriel Brandão Magalhães
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