Presidente da Câmara (Rodrigo Maia), Michel Temer e Presidente do Senado (Eunício Oliveira) |
O governo golpista, aos poucos, vai mostrando os "tentáculos" da maldade. Numa sutileza sórdida, está destruindo o capital social que os governos Lula e Dilma construíram para reduzir as desigualdades sociais no Brasil.
Esse governo utiliza-se de métodos "neofascistas" para atingir os objetivos do golpe, ou seja, atender aos interesses do mercado capitalista, juntamente com os grandes grupos econômicos, e dificultar a ascensão das classes menos favorecidas.
Recentemente, foi anunciado no Palácio da Alvorada o aumento da renda familiar para a aquisição de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida, em que o teto foi elevado para R$ 9.000,00. Com esse teto, os pobres que ganham até o limite de três salários mínimos, que representam 89% dos que se inscrevem no programa, irão morrer sonhando com a casa própria.
Outro golpe cruel foi o do FIES: o teto do financiamento foi reduzido de R$ 42.000,00 para R$ 30.000,00 por semestre, o que equivale a R$ 5.000,00 mensais. Com essa redução, o pobre que também sonhava com um curso de medicina e acreditava na realização desse sonho terá que conviver com o distanciamento entre o sonho e a realidade e, possivelmente, sentir-se incapaz de alcançar essa realidade.
A decisão do MEC compromete de forma mortal a política do "Mais Médicos", um dos maiores programas sociais dos últimos anos, evidentemente, depois do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida.
A usurpação do poder pelos partidos conservadores e pelos políticos corruptos, onde aqueles se confundem com estes, não tinha outro objetivo senão apropriar-se do Estado, por meio da política, para a satisfação dos seus próprios interesses e dos interesses capitalistas representados pelos grandes grupos econômicos, principalmente da área financeira e de comunicação. É ilusão acreditar no retorno do Estado de bem-estar social, quando há a confusão entre público e privado e os “tentáculos da maldade” aprofundam cada vez mais a sanha gananciosa na apropriação do Estado para a defesa dos interesses privados em detrimento do público.
Enfim, aos poucos, o golpe atinge seus objetivos e consolida a segregação de classes no país. A pergunta que se faz é: o que se passa na cabeça de milhares ou milhões de manipulados e "inocentes" que entraram no barco do impeachment e que, para esses milhares ou milhões, não passou de um verdadeiro barco furado?
JMiguel