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Facebook atropela jornais na oferta de notícias
A esmagadora maioria dos jornais, revistas e telejornais sempre encarou o Facebook como um lugar para fofocas, confidências e exibicionismo, mas pesquisas recentes mostraram que a maior rede social do planeta já é a fonte de notícias para 30% da população adulta dos Estados Unidos (cerca de 72 milhões de pessoas), o único país a ter estudos detalhados sobre o tema.
A pesquisa divulgada na penúltima semana de outubro pelo Pew Research Center, dos Estados Unidos, sinaliza duas questões ainda mais relevantes para a imprensa do que os dados numéricos. Em primeiro lugar indica uma mudança radical na forma como as pessoas chegam até a notícia, especialmente os jovens com menos de 25 anos. Em segundo lugar mostra o surgimento de uma dependência mútua entre jornais e a rede Facebook, algo impensável até pouco tempo atrás.
Com pouco mais de um bilhão de usuários e caminhando rapidamente para o bilhão e meio, a rede Facebook transformou-se numa espécie de grande aldeia virtual graças aos relacionamentos interpessoais e agora também aos negócios que estão se instalando na rede criada em 2004 num dormitório de estudantes na Universidade Harvard. Era inevitável que, atraindo tanta gente, ela acabaria servindo também para circular notícias, quebrando o monopólio da imprensa.
O papel das redes sociais na maneira como as pessoas se informam ainda é um assunto pouco estudado e quase um tabu entre os jornalistas. Mas os dados revelados pela pesquisa do Pew, embora relativos apenas à realidade norte-americana, servem como um indicador de tendências, inclusive para o Brasil, que está hoje entre os três países do mundo com maior numero de usuários do Facebook. As últimas estimativas nacionais apontam um total de 65 milhões de brasileiros vinculados à rede.
As pessoas já não saem mais à cata de notícias, mas esbarram nelas quando estão navegando na internet, especialmente quando circulam virtualmente em ambientes visitados por milhares de pessoais ao mesmo tempo, como é o caso do Facebook. Interesses específicos sobre algum tema, produto ou pessoa são o principal alvo dos usuários da internet. O acesso notícia jornalística passou a ficar condicionado a esses interesses, salvo nos casos de algum acontecimento extremamente importante para a coletividade.
Trata-se de uma mudança relevante no comportamento da média dos consumidores de notícias. Até agora estar bem informado era uma qualidade muito valorizada e um status adquirido pela leitura minuciosa de jornais, revistas e livros. Na era digital, estar bem informado já não é mais tão importante. Essencial mesmo é estar integrado em redes sociais porque é nelas que se sabe de tudo.
Nas redes sociais, a notícia é algo coletivo e colaborativo, graças à predominância das recomendações e referências, mas ao mesmo tempo individual, já que normalmente as sugestões são feitas de pessoa a pessoa. É uma situação diferente da mídia convencional, onde a notícia era produzida e publicada visando atingir o maior número possível de indivíduos – justo o oposto do que acontece no Facebook, por exemplo.
As redes sociais, como o Facebook, estão rapidamente se transformando em parceiras da imprensa. Redes e jornais tendem a uma dependência mútua porque elas são imbatíveis da disseminação de notícias, mas a imprensa ainda é, e provavelmente continuará tendo, um grande peso na seleção, checagem e contextualização de dados, fatos e eventos dotados de relevância social.
A gigantesca capilaridade e a interatividade interpessoal nas redes sociais virtuais viabilizam uma distribuição rápida e a custo quase nulo das notícias, condições que se tornaram inacessíveis para a imprensa convencional devido ao alto custo operacional. Além disso, as redes permitem que os jornalistas possam exercer uma função curadora ao filtrar e selecionar a enorme quantidade e variedade de dados dotados de noticiabilidade, ou seja, de ineditismo, relevância, pertinência e confiabilidade.
Redes como o Facebook tendem a ser, simultaneamente, fonte e ferramenta de disseminação de material jornalístico. Mas para que a parceria redes-imprensa funcione, o jornalismo terá que se adaptar à nova realidade, na qual ele não é mais a referência absoluta em matéria de noticia, mas uma parte do processo. A realidade do quotidiano está condenando os jornalistas a trabalhar com as redes e em rede. Já no andar de cima, o dos executivos da imprensa e das redes, a parceria pode demorar muito a acontecer porque estão em jogo egos e fortunas.
Capitalismo não apresenta mais saídas para a crise, diz historiador
Lisboa - Por que discutir Marx hoje? Afinal, não diziam (alguns ainda insistem em dizer) que o marxismo está morto e enterrado? Fomos ouvir o que opinam sobre o assunto dois especialistas portugueses e participantes do II Congresso Karl Marx: os historiadores Fernando Rosas, um dos organizadores do congresso e professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e Manuel Loff, professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Fernando Rosas: “Capitalismo é incapaz de encontrar saídas para a crise”
Por que mais um Congresso sobre Karl Marx?
É o segundo (o primeiro foi em 2008) e pareceu-nos que era altura de convocar outro numa situação de crise internacional, de crise do capitalismo em grande escala, com reflexos económicos, sociais e políticos tremendos, e em que a leitura, o estudo, o regresso a Marx e aos contributos do marxismo parecem indispensáveis para compreender e atuar nesta situação. E neste sentido achamos que era exatamente este o momento de tornar a realizar um congresso. Tivemos cerca de 70 contribuições, praticamente sobre todos os domínios, economia, política, estética, movimentos sociais, luta de classes, história…
A crise económica iniciada em 2007/2008 comprova a falência do capitalismo e a necessidade de retomar com mais intensidade as ideias marxistas?
Exatamente, ela prova que Marx tinha razão ao dizer duas coisas muito importantes: o capitalismo quanto mais durava, mais putrefacto e parasitário se tornava. O capitalismo deixa sequer de produzir, e a atual crise é uma crise em grande parte fruto do caráter crescentemente parasitário do capitalismo, do caráter puramente especulativo, financeiro. Isso vem ao encontro daquilo que eram uma das grandes linha de previsão de Marx. E que as crises iam se tornando, simultaneamente mais frequentes, e sobretudo mais profundas e prolongadas.
Estamos em crise desde 2007, 2008, sem nenhuma perspetiva de saída fácil à vista, o que coloca o problema de que é preciso apresentar alternativas a este sistema político e buscar no horizonte socialista respostas a esta situação.
Portanto, é nas contribuições de Marx, e de outros também, que temos de buscar muitas das respostas às questões com as quais somos confrontados.
O que é ser marxista hoje?
Há muitas correntes do marxismo hoje, não há nem nunca houve um marxismo.
Acho que o que unifica essas correntes todas é a conscientização de que o capitalismo é um sistema que chegou ao fim, como capacidade de resposta para os desafios da sociedade, e que temos de procurar uma solução alternativa em sociedades de outro tipo, em sociedades socialistas. Ainda que a própria concepção do socialismo seja objeto de polêmica. Mas que estamos a entrar na época do socialismo parece-me claro. O capitalismo está a entrar numa fase incapaz de encontrar saídas. Portanto, acho que as esquerdas por todo o mundo têm que buscar inspiração no socialismo para ver o caminhos que vêm a seguir.
Então o neoliberalismo morreu?
O neoliberalismo é a expressão política e ideológica de um capitalismo desesperado e moribundo, disso não tenho dúvida nenhuma.
Manuel Loff: “As notícias sobre a morte do marxismo eram exageradas”
O marxismo morreu ou renasceu no rescaldo da crise de 2007/2008?
O marxismo é uma proposta de leitura do mundo, que tem, como todas aquelas que resistem ao tempo, características suficientemente flexíveis para poderem ser aplicadas a qualquer contexto histórico. E isso só depende daqueles que quiserem utilizar essa forma de leitura do mundo. Outra história é se me perguntas se o marxismo como produção política, ideológica à escala internacional está renovada ou não. Como proposta de leitura da realidade ela está sempre presente e é evidente que todas as notícias sobre a sua morte algures no final dos anos 80 e início os anos 90 eram claramente exageradas.
E o capitalismo, está no fim? O marxismo pode ser uma ferramenta teórica para a construção de uma alternativa?
É uma ferramenta essencial. De resto, naquela que é uma das pré-condições essenciais para a construção de qualquer alternativa que é a conscientização da exploração, da opressão e da necessidade de emancipação. Agora, o que o capitalismo demonstrou e demonstra nos seus 200 anos, na fase industrial e pós-industrial, é uma enorme capacidade de renovação e resistência. Mas isso já sabíamos desde o início. O que não significa que a interpretação central de Marx das contradições essenciais do sistema capitalista não permaneçam perfeitamente válidas.
Sim, mas o Marx até agora não conseguiu grande coisa...
Os marxistas conseguiram muitas coisas na transformação do capitalismo.
Conseguiram, em determinados momentos da história, o seu fim, a sua ruptura em várias escalas nacionais e numa grande escala internacional. E conseguiram o mal chamado Ocidente desenvolvido, que deu origem à versão mais consolidada do capitalismo que conhecemos, a partir de meados do século XIX, e que conseguiu transformações essenciais no período posterior à II Guerra Mundial. A tal ponto foram essas transformações importantes na construção de políticas sociais básicas, às quais hoje associamos à versão mais avançada de democracia sob as regras da permanência de um mercado capitalista, o Estado Social, que os neoliberais estão hoje totalmente apostados no seu desmantelamento.
O que é ser marxista hoje?
É antes de mais produto de uma vontade de conhecer de forma crítica o mundo, de nos equiparmos para uma capacidade de leitura independente, autônoma, das formas de ideologia dominantes e hegemônicas, que as nossas próprias condições materiais de vida nos impõem, nos ajudam a reproduzir e sob as quais vivemos. É também um convite, uma necessidade intrínseca à ação política no sentido da transformação. Como dizia o Marx, não basta simplesmente interpretar o mundo, é preciso transformá-lo.
Fernando Rosas: “Capitalismo é incapaz de encontrar saídas para a crise”
Por que mais um Congresso sobre Karl Marx?
É o segundo (o primeiro foi em 2008) e pareceu-nos que era altura de convocar outro numa situação de crise internacional, de crise do capitalismo em grande escala, com reflexos económicos, sociais e políticos tremendos, e em que a leitura, o estudo, o regresso a Marx e aos contributos do marxismo parecem indispensáveis para compreender e atuar nesta situação. E neste sentido achamos que era exatamente este o momento de tornar a realizar um congresso. Tivemos cerca de 70 contribuições, praticamente sobre todos os domínios, economia, política, estética, movimentos sociais, luta de classes, história…
A crise económica iniciada em 2007/2008 comprova a falência do capitalismo e a necessidade de retomar com mais intensidade as ideias marxistas?
Exatamente, ela prova que Marx tinha razão ao dizer duas coisas muito importantes: o capitalismo quanto mais durava, mais putrefacto e parasitário se tornava. O capitalismo deixa sequer de produzir, e a atual crise é uma crise em grande parte fruto do caráter crescentemente parasitário do capitalismo, do caráter puramente especulativo, financeiro. Isso vem ao encontro daquilo que eram uma das grandes linha de previsão de Marx. E que as crises iam se tornando, simultaneamente mais frequentes, e sobretudo mais profundas e prolongadas.
Estamos em crise desde 2007, 2008, sem nenhuma perspetiva de saída fácil à vista, o que coloca o problema de que é preciso apresentar alternativas a este sistema político e buscar no horizonte socialista respostas a esta situação.
Portanto, é nas contribuições de Marx, e de outros também, que temos de buscar muitas das respostas às questões com as quais somos confrontados.
O que é ser marxista hoje?
Há muitas correntes do marxismo hoje, não há nem nunca houve um marxismo.
Acho que o que unifica essas correntes todas é a conscientização de que o capitalismo é um sistema que chegou ao fim, como capacidade de resposta para os desafios da sociedade, e que temos de procurar uma solução alternativa em sociedades de outro tipo, em sociedades socialistas. Ainda que a própria concepção do socialismo seja objeto de polêmica. Mas que estamos a entrar na época do socialismo parece-me claro. O capitalismo está a entrar numa fase incapaz de encontrar saídas. Portanto, acho que as esquerdas por todo o mundo têm que buscar inspiração no socialismo para ver o caminhos que vêm a seguir.
Então o neoliberalismo morreu?
O neoliberalismo é a expressão política e ideológica de um capitalismo desesperado e moribundo, disso não tenho dúvida nenhuma.
Manuel Loff: “As notícias sobre a morte do marxismo eram exageradas”
O marxismo morreu ou renasceu no rescaldo da crise de 2007/2008?
O marxismo é uma proposta de leitura do mundo, que tem, como todas aquelas que resistem ao tempo, características suficientemente flexíveis para poderem ser aplicadas a qualquer contexto histórico. E isso só depende daqueles que quiserem utilizar essa forma de leitura do mundo. Outra história é se me perguntas se o marxismo como produção política, ideológica à escala internacional está renovada ou não. Como proposta de leitura da realidade ela está sempre presente e é evidente que todas as notícias sobre a sua morte algures no final dos anos 80 e início os anos 90 eram claramente exageradas.
E o capitalismo, está no fim? O marxismo pode ser uma ferramenta teórica para a construção de uma alternativa?
É uma ferramenta essencial. De resto, naquela que é uma das pré-condições essenciais para a construção de qualquer alternativa que é a conscientização da exploração, da opressão e da necessidade de emancipação. Agora, o que o capitalismo demonstrou e demonstra nos seus 200 anos, na fase industrial e pós-industrial, é uma enorme capacidade de renovação e resistência. Mas isso já sabíamos desde o início. O que não significa que a interpretação central de Marx das contradições essenciais do sistema capitalista não permaneçam perfeitamente válidas.
Sim, mas o Marx até agora não conseguiu grande coisa...
Os marxistas conseguiram muitas coisas na transformação do capitalismo.
Conseguiram, em determinados momentos da história, o seu fim, a sua ruptura em várias escalas nacionais e numa grande escala internacional. E conseguiram o mal chamado Ocidente desenvolvido, que deu origem à versão mais consolidada do capitalismo que conhecemos, a partir de meados do século XIX, e que conseguiu transformações essenciais no período posterior à II Guerra Mundial. A tal ponto foram essas transformações importantes na construção de políticas sociais básicas, às quais hoje associamos à versão mais avançada de democracia sob as regras da permanência de um mercado capitalista, o Estado Social, que os neoliberais estão hoje totalmente apostados no seu desmantelamento.
O que é ser marxista hoje?
É antes de mais produto de uma vontade de conhecer de forma crítica o mundo, de nos equiparmos para uma capacidade de leitura independente, autônoma, das formas de ideologia dominantes e hegemônicas, que as nossas próprias condições materiais de vida nos impõem, nos ajudam a reproduzir e sob as quais vivemos. É também um convite, uma necessidade intrínseca à ação política no sentido da transformação. Como dizia o Marx, não basta simplesmente interpretar o mundo, é preciso transformá-lo.
Créditos da foto: Cristina Portella
Fonte: Carta Maior
Inteligência espiritual: Todos temos um "Ponto de Deus" no cérebro
Eu acredito
muito nisto e procuro desenvolver esse lado "metafisico" nos
limites daquilo que consigo abstrair sobre o assunto. É um tema instigante em que desperta muita curiosidade como tudo aquilo que vem do
misterioso. Porém, já vive sensações confortáveis quando procurei buscar ajuda
na mentalização transcendental
Câmara dos Deputados chega ao fundo do poço no caso Donadon
A Câmara dos Deputados perde a oportunidade de resgatar sua
imagem perante à sociedade brasileira. A absolvição do Deputado Natan Donadon do processo de cassação de mandato pelo plenário
da Câmara foi mais uma “cusparada” na cara da sociedade. Parece
que as mensagens vindas das vozes das ruas ocorridas em junho passado foram
insuficientes para uma grande parcela dos congressistas. Foram 233 votos a
favor do processo de cassação e 131 contra, além de 41 abstenções.
Para
que o Deputado perdesse o mandato seria necessário o mínimo de 257 votos. Com
isso fica evidenciado que na câmara dos deputados existem, pelo menos, 172
parlamentares que estão "pouco se lixando" para o povo.
Isso é vergonhoso para uma
instituição em que seus representantes, pelo menos em tese, representam o povo
brasileiro. Com essa decisão a Câmara dos Deputados ratifica a sua conivência com o mal feito (roubalheira, corrupção, malversação de dinheiro público e
tudo que for do gênero), e sem nenhuma moral ética para falar em nome da representação dos
interesses do povo.
Os 172
deputados, direto ou indiretamente, tiveram a “cara de pau” de permitir que o
condenado Donadon continue deputado, mesmo estando preso no Complexo
Penitenciário da Papuda após condenação transitada em julgado no Supremo
Tribunal Federal.
O povo não pode esquecer o nome destes “caras de pau”. Segue
a lista destes ignóbeis para que seus nomes fiquem memorizados na cabeça de cada eleitor para as próximas
eleições.
PT – 20
Weliton
Prado PT /MG
Iriny Lopes PT/ES
Joao Paulo Cunha PT/SP
Vicentinho PT/SP
Bohn Gass PT/RS
Josias
Comes PT/ BA
Luiz
Alberto PT/BA
Miguel
Correa PT/MG
Odair Cunha PT/MG
Rogerio Carvalho PT/SE
Marina Santana PT/GO
Biffi PT/MS
Ângelo
Vanhoni PT/ PR
Pedro Uczai PT/SC
Marcon PT/RS
Ronaldo Zulke PT/RS
Beto Faro PT/PA
Anselmo de Jesus PT/RO
Artur
Bruno PT/CE
Pedro
Eugenio PT/PE
PMDB – 15
Gabriel Chalita PMDB/ SP
Carlos Bezerra PMDB/MT
Andre
zacharaw PMDB/PR
Darcisio Perondi PMDB/RS
Eliseu Padilha PMDB/RS
Alceu Moreira PMDB/RS
Asdrubal
Bentes PMDB/PA
Jose
Priante PMDB/PA
Junior Coimbra PMDB/ TO
Renan
Filho PMDB/AL
Arthur O Maia PMDB/BA
Mario
Feitoza PMDB/CE
Genecias Noronha PMDB/CE
Leonardo
Quintao PMDB/MG
Newton
Cardoso PMDB/MG
PP – 12
Toninho Pinheiro PP/MG
Beto Mansur PP/SP
Guilherme Mussi PP/ SP
Paulo Maluf PP/SP
Pedro Henry PP/MT
Afonso
Hamm PP/ RS
J. Otavio
Germano PP/RS
Renato Moling PP/RS
Vilson
Covatti PP/RS
Renzo Braz PP/MG
Luiz
Fernando PP/MG
Jose
Linhares PP/CE
PSD – 10
Joao Lira PSD/AL
Manoel Salviano PSD/CE
Marcos Montes PSD/MG
Edson
Pimenta PSD/BA
Fernando
Torres PSD/BA
Jose C
Araujo PSD/BA
Sergio
Brito PSD/BA
Eliene Lima PSD/ MT
Heuler Cruvinel PSD/GO
Eduardo Sciarra PSD/PR
PR – 8
Laercio
Oliveira PR/SE
Bernardo
Santana PR/MG
Manuel Rosa Nega PR/RJ
Zoinho PR/RJ
Waldemar Costa
Neto PR/SP
Ze Vieira PR/MA
Vicente
Arruda PR/CE
Inocencio
Oliveira PR/PE
PSB – 6
Paulo Foletto PSB/ES
Camarinha PSB/SP
Alexandre
Roso PSB/RS
Beto Albuquerque PSB/RS
Antônio Balkmann PSB/CE
Sandra
Rosado PSB/RN
PSDB – 6
Carlos Roberto PSDB/SP
Vanderlei Macris PSDB/SP
Marco
Tebaldi PSDB/SC
Pinto Itamaraty PSDB/MA
Sergio
Guerra PSDB/PE
Marcus Pestana PSDB/MG
DEM – 6
Eli Correa Filho DEM /SP
Jorge Tadeu
Mudalem DEM/SP
Abelardo Lupion DEM/PR
Lira Maia DEM/PA
Betinho Rosado DEM/RN
Claudio Cajado DEM/BA
PDT – 3
Enio Bacci PDT/RS
Giovani cherini PDT/RS
Geovanni
Queiroz PDT/PA
PCdoB – 2
Jandira Feghali PCdoB/RJ
Alice Portugal PCdoB/BA
PPS – 2
Arnaldo
Jardim PPS /SP
Almeida Lima PPS/SE
PSC – 2
Marco Feliciano PSC/SP
Nelson Padovani PSC/PR
PTB – 2
Sabino C
Branco PTB/AM
Jovair Arantes PTB/GO
PV – 1
Eurico Junior PV/RJ
PMN – 1
Jaqueline Roriz PMN/DF
PRB – 1
Vilalba PRB/PE
PTdoB – 1
Rosinha da
Adefal PTdoB/AL
P.S. relação dos deputados originária do site
Diário do Poder.
JMiguel
Corem diante desta negra, doutores! Ela tem o que os senhores perderam
Gostei desta reportagem; escancara a realidade da elite formadora de opinião que ainda tem em suas mentes o preconceito e o conservadorismo do século XIX.
“Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”, afirmou Nelson Rodrigues, 45.
“Nossa motivação é a solidariedade”, assegurou Milagros Cardenas Lopes, 61
“Viemos para ajudar, colaborar, complementar com os médicos brasileiros”, destacou Cardenas em resposta à suspeita de trabalho escravo. “O salário é suficiente”, complementou Natasha Romero Sanches, 44.
Poucas frases, mas que soam como se estivessem sendo ditas por seres de outro planeta no Brasil que vivemos.
O que disseram os primeiros médicos cubanos do grupo, que vem para servir onde médicos brasileiros não querem ir, deveria fazer certos dirigentes da medicina brasileira reduzirem à pequenez de seus sentimentos e à brutalidade de suas vidas, de onde se foi, há muito tempo, qualquer amor à igualdade essencial entre todos os seres humanos.
Porque gente que não se emociona com o sofrimento e a carência de seus semelhantes, gente que se formou, muitas vezes, em escolas de medicina pagas com o imposto que brasileiros miseráveis recolheram sobre sua farinha, seu feijão, sua rala ração, gente que já viu seus concidadãos madrugando em filas, no sereno, para obter um simples atendimento, gente assim não é civilizada, não importa quão bem tratadas sejam suas unhas, penteados os seus cabelos e reluzentes seus carros.
Perto desta negra aí da foto, que para vocês só poderia servir para lavar suas roupas e pajear seus ricos filhinhos, criados para herdar o “negócio” dos pais, vocês não passam de selvagens, de brutos.
Vocês podem saber quais são as mais recentes drogas, aprendidas nos congressos em locais turísticos, custeados por laboratórios que lhes dão as migalhas do lucro bilionário que têm ao vender remédios. Vocês podem conhecer o último e caro exame de medicina nuclear disponível na praça a quem pode pagar. Vocês podem ser ricos, ou acharem que são, porque de verdade não passam de uma subnobreza deplorável, que acha o máximo ir a Miami.
Mas vocês são lixo perto dessa negra, a Doutora – sim, Doutora, negra, negrinha assim! – Natasha, eu lhes garanto.
Sabem por que? Porque ela é capaz de achar que o que faz é mais importante do que aquilo que ganha, desde que isso seja o suficiente para viver com dignidade material. Porque a dignidade moral ela a tem, em quantidade suficiente para saber que é uma médica, por cem, mil ou um milhão de dólares.
Isso, doutores, os senhores já perderam. E talvez nunca mais voltem a ter, porque isso não se compra, não se vende, não se aluga, como muitos dos senhores, para manter o status de pertencerem ao corpo clínico de um hospital, fazem com seus colegas, para que deem o plantão em seus lugares.
Os senhores não são capazes de fazer um milésimo do que ela faz pelos seres humanos, desembarcando sob sua hostilidade num país estrangeiro, para tratar de gente pobre que os senhores não se dispõem a cuidar nem querem deixar que se cuide.
Os senhores não gritaram, não xingaram nem ameaçaram com polícia aos Roger Abdelmassih, o estuprador, nem contra o infeliz que extorquiu R$ 1.200 para fazer o parto de uma adolescente pobre, nem contra os doutores dos dedos de silicone, nem contra os espertalhões da maternidade paulista cuja única atividade era bater o ponto.
Eles não os ameaçaram, ameaçaram apenas aos pobres do Brasil.
Estes aí, sim, estes os ameaçam. Ameaçam a aceitação do que vocês se tornaram, porque deixaram que a aspiração normal e justa de receber por seu trabalho se tornasse maior do que a finalidade deste próprio trabalho, porque o trabalho é um bem social e coletivo, ou então vira mero negócio mercantil.
É isto que estes médicos cubanos representam de ameaça: reduzir o egoísmo, o consumismo, o mercantilismo ao seu tamanho, a algo que não é e nem pode ser o tamanho da civilização humana.
Aliás, é isso que Cuba, há quase 55 anos, representa.
Um país minúsculo, cheio de carências, que é capaz de dar a mão dos médicos a este gigante brasileiro.
E daí que eles exportem médicos como fonte de receita? Nós não exportamos nossos meninos para jogar futebol? O que deu mais trabalho, mais investimento, o que agregou mais valor a um país: escolas de medicina ou esteiras rolantes para exportar seus minérios?
É por isso que o velhíssimo Fidel Castro encarna muito mais a juventude que estes yuppiescoxinhas, cuja vida sem causa cabe toda dentro de um cartão de crédito.
Eu agradeço à Doutora Natasha.
Ela me lembrou, singelamente, que o coração é algo muito maior do que aquele volume que aparece, sombrio, nas tantas ressonâncias, tomografias e cateterismos porque passei nos últimos meses.
Ele é o centro do progresso humano, mais do que o cérebro, porque é ele quem dá o norte, o sentido, o rumo dos pensamentos e da vida.
Porque, do contrário, o saber vira arrogância e os sentimentos, indiferença.
E o coração, como na música de Mercedes Sosa, é apenas una mala palabra.
Por: Fernando Brito