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Jeitinho brasileiro

Antes de adentrar ao assunto “jeitinho brasileiro”, essa maneira “versátil” de resolução de problemas, é interessante conhecer a história para entender como essa coisa ficou tão popular na sociedade brasileira.

O “Jeitinho Brasileiro” é uma expressão bastante popular por demonstrar o lado criativo, porém, muitas vezes, não recomendável com respeito às práticas da ética e honestidade.

O dito “jeitinho brasileiro” é configurado pelas trocas de favores, no sentido das pessoas se darem bem com o mínimo esforço, ou seja, levar os outros no papo, na lábia.
Juliana Miranda em "A história do jeitinho brasileiro", aponta que:

Segundo a história, essa fama do brasileiro surgiu em 1946, quando o médico húngaro Peter Kellemen veio morar no Brasil. Ele precisou procurar o consulado geral para regularizar sua situação no país e se surpreendeu quando o cônsul Jose de Magalhães e Albuquerque resolveu colocar em seus documentos que ele era agrônomo e não médico. A medida fui tomada para facilitar o visto para o estrangeiro.

Então, como se pode verificar o “jeitinho brasileiro” é uma técnica relativamente nova de dar um jeito naquilo que pode ser resolvido por improviso, mas tem-se a impressão de que fosse uma cultura antiga do brasileiro, por ser tão popular e difundida na cultura do povo.

O brasileiro tem fama de “dar um jeitinho em tudo”, o que remete a certa malandragem do povo. A capacidade de “criatividade e improvisação” para resolver problemas ou atender interesses pessoais é uma característica nata do brasileiro. Mas, ao mesmo tempo em que isso lhe dar certo orgulho, pode também causar “vergonha”, além da impressão de que se pode ter de uma sociedade corruptível.

Quem já não foi passado por alguma pessoa em uma fila qualquer (banco, serviço de saúde, aeroporto, ônibus etc.), em que essa pessoa dá “aquele jeitinho” de estar sempre à frente das demais? Ou daquela que está numa fila, de repente precisa dar uma saidinha rápida, e aí diz: “guarde meu lugar, vou ali e volto rapidinho”. Ou então, quem já não observou aquele sujeito que tentar adiantar “seu lado” cortando pela direita, em uma rodovia congestionada? Ou ainda, aquele sujeito que estaciona na “vaga de deficientes” com a justificativa de que estaria sem tempo para encontrar uma “vaga disponível para não deficiente”.

O “jeitinho brasileiro”, para o bem ou para o mal, passou a ser um assunto tratado em diversos fóruns, há uma contradição no âmbito do tema, pois ao tempo em que por um lado tem aspectos positivos, por outro já apresenta aspectos negativos, na avaliação de muitas pessoas que buscam a discussão sobre o assunto.

Felipe Oliveira, "Folha", infere de "O jeitinho brasileiro foi promovido de vergonha nacional a centro da cultura estratégica brasileira. E com ensinamentos a serem divulgados mundo afora".Nesse sentido, aponta análise do professor francês Pierre Fayard, do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas (IFBAE), em palestra proferida para Câmara França Brasil, em São Paulo, quando o palestrante aduz sobre a grande dimensão do problema apesar de aparentemente parecer pequeno.

"... O jeitinho brasileiro tem componentes que são vistos como negativos, mas também há alguns que são bem positivos ...” aponta o professor.

Felipe Oliveira lembra os argumentos de "Pierre Fayard" em  que este cita Fernando Sabino para aduzir de que "Na cultura do jeitinho, a cabeça está aberta a qualquer possibilidade, regular ou não. Vai dar certo, e se não der, ainda não chegou ao fim ...”.

No mundo da política o “jeitinho” é mais comum do que se imagina. O que se percebe em todas as esferas de poder são os agentes políticos e ou servidores públicos procurando sempre dar um “jeitinho” em prol das suas conveniências. Isso se torna um câncer que destrói o papel social do Estado. Pois leva as instituições ao descrédito e banaliza os fundamentos que permeiam as relações públicas no Estado democrático de direito.

Rodrigo Foureaux aponta em "recanto das letras" o brocardo “dura lex, sed Lex”, o que traduz a ideia de que “a lei é dura, mas é a lei”. Lembra ainda ”que é para todos, independentemente da origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, conforme dispõe a Carta Magna brasileira”.



JMiguel
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