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Haddad deseja sucesso a Bolsonaro


Li em um site de notícias políticas, onde a reportagem mostrava a indignação de petistas graúdos dentre eles Valter Pomar, com a postura de Fernando Haddad em ter twittado para Bolsonaro felicitando-o pela vitória e desejando boa sorte para seu governo.

Penso que isso é um gesto de humildade, civilidade e espírito democrático que todo político deveria ter.

No discurso proferido por Haddad logo após o resultado das urnas não houve nenhum gesto de reconhecimento da derrota, bem como da vitoria do adversário. Porém entendo que ele ficou refém do partido, logo ele um democrata convicto.

Os petistas críticos ásperos dos adversários antidemocratas comportam da mesma maneira que estes quando não conseguem ser democratas nem dentro do seu próprio partido.

O Discurso das décadas de 80 e 90 está dissociado da realidade fática. O resultado das urnas mostrou isso. A sociedade muda em função da sua própria dinâmica; o tempo aponta as demandas, os anseios e as perspectivas da população circunstanciadas relativamente à dinâmica temporal. Não reconhecer esses fenômenos é aceitar a autofagia política.

O “Velho PT” jamais será esquecido, pois nele estão os pilares de sustentação dos princípios norteadores do partido. Mas isso não significa que não precisa de mudança. A mudança torna-se imperiosa, sim. E se ela não acontecer de dentro para fora, acabará acontecendo de fora pra dentro.

Defendi a candidatura de Haddad por acreditar na sua capacidade política e intelectual para a reconstrução do “Novo PT”. Um PT conectado com as demandas da classe média; das populações de maior vulnerabilidade principalmente das periferias urbanas; com a defesa dos direitos e garantias da classe trabalhadora; com uma educação de qualidade desde o ciclo médio ao universitário; com a valorização do professor; com o desenvolvimento econômico com inclusão social; com as garantias de direitos e oportunidades para todos.

Haddad deu um exemplo de humildade e sabedoria para a convivência no Estado Democrático de Direito. Reforçou minhas convicções sobre a sua capacidade política para refundar o PT, buscando novos horizontes em uma nova perspectiva política, econômica e social.



JMiguel
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A eleição de 2018 e suas consequências


Essa eleição de caráter inusitado está oportunizando algumas reflexões. 

Primeiro, a provável vitória de Haddad sobre Bolsonaro não trará a pacificação política desejada pela maioria da população brasileira. Evidentemente que criará certa expectativa positiva na esperança do bem-estar social em razão do programa que o governo Haddad procurará colocar em prática. Mas isso não será suficiente para reverter o comportamento odiento da direita com relação à esquerda. 
Segundo, a “bolha de ensaio” de Bolsonaro estoura logo após o segundo turno, levando o "Tenebroso" para a “cova dos esquecidos”. Como ele não tem base política sólida nem estrutura partidária forte, também, não deixará qualquer espólio político. 
Terceiro, Ciro Gomes sairá fortalecido da eleição em decorrência da pré-morte do PSDB. Isso lhe dará cacife político para se tornar oposição ao PT, tornar-se-á o representante do centro-direita, e buscará fortalecer para os futuros embates políticos. Não restará a ele alternativa, pois no campo das esquerdas suas chances de poder são mínimas.
Quarto, Marina sairá dessa eleição menor que entrou, será a maior derrotada e herdará um estigma que provavelmente tirará em definitivo de futuras eleições. Tentará dar sobrevida a REDE se o partido não a empurrar para a “cova dos esquecidos”. 
Por fim, o maior vitorioso mesmo será o PT que, ao ressurgirá das cinzas, terá oportunidade de se tornar o partido representante de fato não apenas dos trabalhadores, mas também da classe média. Tudo isso pelos méritos e estratégias do maior político da atualidade: Lula.
Será?

JMiguel


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Não há Democracia forte com Partidos Políticos fracos

O horário eleitoral tem revelado o que é do conhecimento de todos, ou seja, a constatação do enfraquecimento dos partidos políticos. O que não é nada bom para a democracia, pois eles funcionam como células vivas dentro do sistema político pulsando e impulsionando os movimentos ondularem responsáveis pela reciclagem do próprio sistema, atuando como núcleos de aprimoramento do processo democrático.

A desconstrução da política através do enfraquecimento dos partidos enseja o surgimento de grupos de pensamentos sectários que situados nos extremos do espectro político, sejam de direita e/ou de esquerda desprovidos de princípios doutrinários, buscam a sedimentação da política do pensamento único visando absolutizar o poder.

Partidos políticos fortes e identificados com a sociedade contribuem para edificação e consolidação das instituições democráticas. O PT, surgido em 1980, como um partido aglutinador das forças progressistas da esquerda e o PSDB, surgido a partir da dissidência do histórico MDB, em 1988, de pensamento liberal, pregando a socialdemocracia, tiveram papel proeminente na reconstrução e consolidação do processo democrático brasileiro.

Porém, hoje ambos estão pagando um alto preço pelos desvios de condutas de determinadas figuras ligadas às suas estruturas que ao chegar ao poder não honraram os compromissos da ética e da moralidade. A depuração de fatos e comportamentos inaceitáveis, bem como dos “mal feitos”, não podem esfrangalhar, ou até levar a extinção os partidos políticos. A punição deve recair sobre as pessoas, sempre buscando a preservação das instituições.

Nesse contexto, infere-se de que a aversão da sociedade à política esteja a caminho da factualidade, o que se tornaria um retrocesso catastrófico. Quando as pessoas do bem fogem da política, abrem-se caminho para ser governadas pelos “maus políticos”. Já dizia Platão na obra “A República” ao afirmar que: "O preço a pagares por tua não participação na política é seres governado por quem é inferior".

O bipartidarismo aparente é uma realidade das principais democracias contemporâneas, a exemplo dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Portugal, dentre outras. Inclusive o Brasil tem sido motivo de discussões controvérsias no meio político.

No Brasil, embora o pluripartidarismo seja uma garantia constitucional, os pequenos partidos não conseguem se afirmar como opção de poder, vivem na órbita dos grandes partidos, servindo apenas de instrumentos de barganhas políticas. Portanto, uma reforma política faz-se necessária e urgente, visando à moralização e a purificação do sistema partidário.

Democracia forte e sólida requer partidos políticos fortes com princípios ideologicamente definidos. 

A classe média é o pêndulo das decisões políticas, muito embora, em regra, não se identifica como uma classe social ideologicamente política e, sopesando as devidas proporções, tem certa rejeição à política.

Nesse sentido, o PT precisa reconquistar o apoio da classe média para se reestruturar como uma opção de centro-esquerda e maximizar seu espectro político para além das classes baixas e dos movimentos sociais, transformando assim num partido em que a classe média, de convicções esquerdistas, se sinta representada nos seus legítimos interesses, sem que isso implique em abandonar as suas bandeiras históricas.

Por outro lado, cabe ao PSDB fazer o auto expurgação do partido, com fim reconquistar o seguimento da classe média liberal de viés centro-direita, que há pouco tempo tinha esse partido como opção para sufragar a confiança do seu eleitorado.

Todavia, a refundação dos partidos políticos, sejam eles de centro, de esquerda, ou direita, torna-se imperiosa, no sentido da estabilização do processo político e, por consequência, o revigoramento da combalida democracia.



JMiguel


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Repaginar o passado para continuar evoluindo

A ditadura militar, que se estendeu de 1964 – 1985, teve repercussões enormes na diretriz da sociedade brasileira. Foram ensinadas tradições que até hoje são vistas como sinônimo de respeito e confiança. A exemplo de:
      ·         Cantar o hino nacional antes de começar as aulas;
      ·         Respeitar a autoridade e hierarquia;
      ·         Sair de casa cedo e voltar para casa cedo;
      ·         Zelar por uma boa aparência.
Contudo, pode-se ver que os ditos valores têm se estendido logo após o seu término, pois se viveu um momento de disciplina e de progresso econômico, o que trouxe mais confiança e obediência da nação brasileira, mas trouxe, também, muitos desaparecimentos e desobediência aos direitos dos cidadãos, o que resulta numa insegurança e instabilidade emocional.
Nesse momento de transição em que se encontrava o Estado do Brasil, foi perceptivo, diversas maneira de violentar o cidadão brasileiro, como:
·         A censura;
·         A intolerância política;
·         A intolerância sexual;
·         A intolerância religiosa;
·         Desrespeito ao direito de ir e vir;
·         A austeridade;
·         A repressão a movimentos sindicais.
Dentre outras formas de violência, tornou-se rotina nesses 20 anos em que foi mantido o golpe militar, conseguindo modelar uma sociedade que estava passando por diversas mudanças desde Getúlio Vargas, que se encontrava evidenciando o engatinhar de uma sociedade que buscava por desenvolvimento em diversos direitos, tanto como cidadãos como trabalhadores, identidade e reconhecimento.
O que se pode observar é que TODOS tiveram que se adequar ao novo regime, tanto os idosos, quanto os adultos, e, principalmente, jovens e crianças. Essa repaginação dos comportamentos nas diversas faixas etárias da sociedade é o que impulsiona nossa sociedade atual a defender essas tradições, anteriormente mencionadas, como o certo e o dever-ser.
Visto isso, podemos entender porque a sociedade atual clama por muitos desses valores da época da repressão militar, quando se deparam com um momento de instabilidade econômica e social, já que tendemos a consultar nossas memórias, nossos costumes para encararmos momentos incertos.
Atualmente, vivemos num país daqueles que passaram pela repressão militar, no que se refere ao seu auge, e é visível, tanto quanto previsível, que tais pessoas busquem para seus filhos, neto, e até os vizinhos, comportamentos que eles julguem ter dado certo para si.
A contradição está em reafirmar os mesmos valores em uma cronologia diferente, onde não é mais possível enxergar os mesmos problemas e nem as mesmas necessidades, e indo mais além, nem a mesma sociedade, já que nossa concepção daquilo que somos e o que significamos está bem diferente daquilo enquanto visto no período do golpe, para a sociedade atual, como maneira de manter estável aquele paralelo em que nos encontrávamos anteriormente.
A busca pelo progresso e pela ordem não vem de apertar parafusos e nem de severas leis, vem de comportamentos evolutivos e de uma harmonia social, consagrados pela confiança e respeito, não pela obediência e austeridade.
Precisamos agora agir de maneira contrária e invertida daquela manifestada na época da ditadura, repaginando, portanto, não como público alvo os jovens e crianças, mas, sim, os adultos e idosos, sem fundamentos em ordem e progresso, mais, desta vez, em respeito e evolução.

Autor: Gabriel Brandão Magalhães
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Reflexão sobre os discursos proferidos pelo apóstolo Paulo

Adoro ler os discursos do apóstolo Paulo. As encíclicas que Ele escreveu é um ensinamento para a humanidade, e as destinadas aos Romanos é rico conteúdo para a hermenêutica jurídica.

Paulo nasceu em Tarso, uma cidade da Turquia, antiga Cilicia. Turquia, país europeu-asiático, antiga Constantinopla (atual Istambul), foi sede do Império romano oriental por mais de mil anos até a tomada pelos turcos Otomanos, em 1453 (Fonte Wikipédia).

Paulo de Tarso, conhecido como Saul antes de se converter ao cristianismo, era um escriba conhecedor das leis vigentes à época de JESUS. Um fariseu culto e intelectual, jusfilósofo para sua época.

Feita essa pequena digressão, gostaria de compartilhar algumas reflexões sobre a leitura do capítulo 7 das “Cartas aos Romanos” que li pela enésima vez.

Neste capitulo Paulo fala sobre o poder da lei em escravizar o homem. Ele revela quando tornamos escravos da literalidade da lei; sem pensar no bem-estar do próximo, servimos nossos próprios “instintos egoístas”.

O homem ao se colocar à serviço de seus próprios interesses dá origem à corrupção e à violência sangrenta, na atualidade, presente principalmente nas periferias dos centros urbanos, onde vidas são ceifadas indiscriminadamente diuturnamente, na maioria das vezes jovens pobres vítimas da desestruturação social, tornando a barbárie (des)humana uma trivialidade.

O que liberta o homem é a fé; é a esperança; é a solidariedade; é a fraternidade; é o respeito recíproco; é a capacidade inteligível de enxergar no outro a sua própria imagem revelada na obra do Criador.

Paulo nos ensina ao falar sobre a “lei e o pecado” (vs, 7 a 12), no discurso Ele infere que a lei seja o espelho para o pecado, pois só se conheceu o pecado com o surgimento da lei.O homem tem o instinto de viver sem limites, por isso aparecem as regras (leis), então, ele toma consciência das suas impropriedades, mas ao invés de buscar o caminho da regeneração, burla as leis, usurpa o poder, mata e morre para saciar seu próprio ego.

A humanidade sempre buscou regramento para disciplinar a convivência em sociedade, pois o homem é um ser gregário e não saberia viver isolado dos seus semelhantes, já afirmava Aristóteles.

Desde os primórdios já se estabelecia padrões de condutas sociais não codificados. Os primeiros códigos de regramentos (leis) surgiram com o Código de Hamurabi, 1700 a. C., os Dez Mandamentos de Moisés e o Código de Manu, na Índia.

Portanto, percebe-se que o homem dentro do seu espectro evolutivo sempre se preocupou com a convivência em sociedade, no sentido de buscar sua segurança e preservação da própria espécie.

Neste diapasão, Paulo aponta as contradições humanas quando faz um paralelo entre a “lei e o pecado” para mostrar as fraquezas e fragilidades do homem.

Em outro ponto da leitura do capítulo 7, Paulo argumenta sobre “A força do pecado” (vs. 14 a 25). Neste ponto o Apóstolo aduz sobre as fraquezas humanas que nos levam à escravidão das nossas próprias ações. Todos temos consciência da verdade revelada na lei natural, imanente da cognição humana e da razão advinda da Criação. Mas somos tentados pelos “instintos egoístas” a todo momento nos desviamos do caminho do bem, aponta o Apóstolo. Diz Ele: “Não faço o bem que quero, e sim o mal que não quero”, mais adiante Ele afirma “(...) pela razão sirvo à lei de Deus, mas pelos instintos egoístas sirvo à lei do pecado”.

Apesar dessas vicissitudes, o ser humano tem inclinação para o bem em decorrência da razão. Por meio da razão o homem se torna um ser racional e consequentemente mais útil aos seus semelhantes.

Tomás de Aquino afirma que o homem tem inclinação natural voltada para as “atividades que convém a sua essência”, afirma que a () alma razoável é a forma própria do homem, há em todo ser humano uma inclinação natural para agir segundo a razão.

Pois é, não sou católico de “carteirinha”, mas sou um espiritualista Cristão convicto. Acredito na evolução do ser humano como a espécie superior; penso, inclusive, que o Criador teve o propósito de deixar o homem no conjunto da sua criação como uma “obra inacabada” para testar a nossa capacidade de evolução.

A cada instante materializam-se mudanças, a vida é um processo dinâmico, como diz o grande cantor Lulu Santos “ () Nada do que se foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo, tudo muda o tempo todo no mundo”.
Caramba! Falei demais. Abraço.
 JMiguel

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O poder das redes sociais nas eleições de 2018

As campanhas eleitorais deste ano serão marcadas pelo poder das redes sociais.

Essas ferramentas de comunicação e interação social são canais poderosos na disseminação de ideias e propostas em que candidatos e militantes digitais não medirão esforços para por meio delas conquistar os votos de um eleitorado totalmente descrente do processo político.

Obviamente, as redes sociais poderão ser usadas também para difundir mentiras e leviandades a torto e a direito impunemente, asseguradas pelo anonimato já que a legislação regulatória no mundo virtual ainda tem caráter fragmentário e pouca ou quase nenhuma especificidade efetiva no campo jurisdicional como ocorre no mundo presencial.

Não obstante, é preciso compreender que as redes sociais passaram a ter papel fundamental na transformação da sociedade, não só no que diz respeito à informação, mas também como opção de interação e relacionamentos a exemplos do facebook, twitter, instagram, blogs etc.

Todavia, essas ferramentas deveriam ser usadas mais efetivamente com visão educativa, no sentido de fazer a diferença com relação a outras ferramentas tradicionais de comunicação de massa, porém não é bem isso que se observa cotidianamente.

A expectativa é de que as próximas eleições possam ser uma oportunidade de fomentar o debate de projetos, ideias e a discussão dos problemas que afligem à sociedade brasileira no seu dia a dia de forma responsável e propositiva.

Será portanto um modo novo e menos chato de participar do processo político, pois ao navegar pelas redes sociais o internauta terá oportunidade de, concomitantemente emitir opinião, sugerir, criticar, elogiar propostas e projetos dos seus candidatos, bem como formar opinião com senso critico e independente, respeitando sempre o contraditório e os princípios filosóficos que norteiam os aspectos da política no sentido mais amplo da palavra, tão importantes para o enriquecimento do debate e o aprimoramento do processo político e democrático.


JMiguel



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Encontro comigo mesmo

O silêncio ensurdecedor das noites frias do Quebra me inspira para a imaginação transcendental.

Aqui vivi a criança que fazia seu próprio brinquedo, uma meia velha se transformava em bola; o caminhão (brinquedo predileto) era feito de madeira; as gaiolas eram feitas de piteiras; o mundéu, o alçapão, a arapuca e tantas outras armadilhas eram o desespero ou sentença de morte de tantas espécies de aves e animais que por aqui não existem mais.

A escola surgiu aos dez anos quando começo no “Colégio Estadual de Lagoa Clara Manoel Messias” no ABC para conhecer as primeiras letras do alfabeto.

Os primeiros sonhos só apareceram nos anos seguintes, pois até então meu mundo se resumia naqueles espaços onde desenvolviam as brincadeiras de criança jogando birosca com bola de gude, subindo em árvores, brincando de cambota na areia, pulando cerca e tantas outras peripécias das crianças daquela época.

Mas como a vida é construída de sonhos e emoções, com o passar do tempo surge o primeiro sonho: ser professor. Sonho este que de vez em quando acende uma penumbra no meu subconsciente. Mas, por enquanto, esse sonho continua adormecido.

Ao longo desse tempo já vivido, a vida me levou para outros caminhos. Às vezes os caminhos que os sonhos nos indicam são diferentes daqueles que a realidade nos impõe.

Porém, quando estou aqui, neste recanto friento, sentindo o “presente” agradecendo o “passado”, retorno para mim e reencontro comigo mesmo.

As lembranças revigoram as minhas forças, alimentam a minha alma e fortalecem o meu espírito numa dimensão transcendental em que a reflexão me conduz a um estágio onde a razão se confunde com a emoção.

Aqui consigo aproximar do Sagrado ao contemplar o céu estrelado em noite de lua cheia; sinto o cheiro do campo perfumado pelas flores na transmutação para a renovação da vida.

Ao amanhecer aprecio o canto dos pássaros bem pertinho da janela do meu quarto, uma dádiva que chamo de presente.

Aqui o tempo passa mais devagar e desincumbido de que o hoje tem de ser o espelho do amanhã.

Aqui o tempo é aliado e não adversário, por isso não preciso concorrer e nem fugir dele, pelo contrário, ele me fortalece à medida que reconcilio com ele.

Nas caminhadas matinais, assim como nas noites estreladas, sinto a brisa refrescar o meu rosto como a mão de uma mãe que suavemente acaricia o filho num gesto de amor e proteção.

Aqui contemplo a "Mãe Natureza" com um olhar reflexivo, valorizando cada detalhe da obra do Criador, observando cada canto e encanto, abstraindo os ensinamentos para compreender a complexidade do mundo real.

Aqui sinto-me menos máquina e mais humano, menos escravo e mais liberdade, menos alienado e mais criativo.

Aqui construo reconstruindo o meu SER; cresço na medida em que apequeno; humanizo-me sendo menos desumano, enfim, me transformo para que possa ser refletida a transformação no outro.


Quebra 25/06/2018 às 23h45min

JMiguel

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Crescimento econômico e progresso social reconsiderados: o domínio da política

Ignacy Sachs tece análise técnica e filosófica sobre o desenvolvimento econômico e os rebatimentos no campo do desenvolvimento social, durante o século XX, explicitando a evolução do crescimento econômico, a acumulação de ativos e rendas pelas nações industrializadas, assim como o avanço da tecnologia, avanço este responsável pelo aumento da produção em todo mundo. Mas apesar de toda riqueza e do progresso conquistado, as desigualdades sociais continuam inaceitáveis, enquanto o fosso entre ricos e pobres só tem aumentado.
Para Ignacy, o século XX, apesar de ter produzido muitas riquezas, proporcionando uma “prosperidade global sem precedentes”, não conseguiu fazer com que essas riquezas fossem distribuídas “entre as nações e no interior delas”, o que gerou enormes “problemas sociais e humanitários assustadores”; verificaram-se nesse século grandes conflitos humanitários com guerras “horrendas” em que milhões de pessoas foram dizimadas; na visão do Economista o século XX deixou um legado de “frustração” por ter deixado “um sistema internacional fraco demais para promover uma paz duradoura, equidade e desenvolvimento genuíno”.
O ilustre economista discorre sobre as mudanças ocorridas durante o século como de natureza “formidáveis, apesar das duas guerras mundiais assassinas e terrivelmente destrutivas”. Aponta o crescimento da população mundial de 1,7 para seis bilhões de pessoas; o crescimento da expectativa de vida, onde nos países industrializados saltou de 45 para 75 anos; nos países pobres, a partir de 1900, passou de 25 para 63 anos, já em 1985, ocorreu um crescimento considerado “espetacular” no seu entendimento.
Aponta ainda a grande redução de morte motivada por parto, desde 1940; o crescimento do PNB global, em consequência da melhora na produtividade do trabalho, muito embora esse aumento não tenha sido distribuído igualitariamente entre cada habitante do planeta, o que contribuiu para aumentar o fosso entre ricos e pobres, em que se verificou um incremento cristalizado em “sete vezes na década de 1990”. 
Assevera Ignacy que a grande concentração de renda faz com que “1,3 bilhão de pessoas vivem com menos de um dólar por dia; cerca de 800 milhões pessoas estão subnutridas; e 30% da força de trabalho mundial estão desempregadas ou severamente subempregadas; enquanto mais de 250 milhões de crianças estão trabalhando como operários infantis”.
Na visão de Ignacy Sarch, até mesmo “os países mais industrializados têm sérios problemas sociais e enfrentam uma exclusão maciça”, cita como exemplo os Estados Unidos, onde existem “quase dois milhões de pessoas em prisões”.
“O crescimento é necessário, mas de modo algum suficiente”
Há uma contradição entre crescimento econômico e desenvolvimento social, pois, o que se percebe é que, apesar do aumento da produtividade na economia global, em face das inovações tecnológicas, verifica-se certa dramaticidade da situação social com inúmeras vidas sendo desperdiçadas. O crescimento por si só não é garantia de um desenvolvimento social sustentável com paz e felicidade para as pessoas.
Ignacy aponta o “crescimento por meio da desigualdade, com efeitos sociais perversos: a acumulação de riqueza nas mãos de uma minoria com uma produção simultânea de pobreza maciça e a deterioração das condições de vida”, como uma situação comum. Entende que o crescimento econômico deve ser concebido com a mitigação dos impactos ambientais negativos e posto a serviço de um desenvolvimento socialmente aceitável.
“O domínio da política”
Na sua concepção, só com o domínio da política, com a capacidade de orientação no processo de desenvolvimento, em que se tenha como eixo um projeto criado democraticamente, bem como a criação de um sistema de regulamentação, envolvendo as esferas publica e privada, será possível reconciliar o crescimento econômico com o desenvolvimento social.
Acredita que “o potencial de desenvolvimento de um país depende, em primeiro lugar, de sua capacidade cultural de pensar sobre seus futuros desejáveis de maneira endógena”. Lembrando Celso Furtado, cita a necessidade de formulação de políticas de desenvolvimento voltadas para as metas “substantivas a serem alcanças”, e fugir da lógica imposta pela acumulação, determinada “pelas empresas transnacionais”.
Por fim, conclui afirmando que a “democracia é o valor primordialDeve ser interpretada de maneira consistente, ao ampliarem os espaços de manobra daquilo que é reconhecido como democracia direta, afirmando-se a centralidade dos direitos humanos como a lei suprema”.
Acrescenta que o desenvolvimento é o resultado de uma ideia principal (“idée-force”), surgida a cerca de 60 anos, e que nasceu para “orientar a reconstrução do pós-guerra”, considerado o maior acontecimento ocorrido no mundo “geopolítico no século XX”, juntamente com a criação da ONU que tinha como “fundamento filosófico a preservação da paz”. Porém, o que se verificou foi o distanciamento da “retórica e a realidade”, em que a doutrina do capitalismo neoliberal frustrou todas as expectativas do conceito de desenvolvimento idealizado. Entretanto, “as condições materiais para avançar nessa direção são melhores do que nunca. Não temos o direito de falhar nessa tentativa”, argumenta o economista.


Ignacy Sachs é um economista polonês nascido em Varsóvia em 1927, defende a tese de que o desenvolvimento deve ser combinado com crescimento econômico, aumento do bem estar social e preservação ambiental.

JMiguel


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Jeitinho brasileiro

Antes de adentrar ao assunto “jeitinho brasileiro”, essa maneira “versátil” de resolução de problemas, é interessante conhecer a história para entender como essa coisa ficou tão popular na sociedade brasileira.

O “Jeitinho Brasileiro” é uma expressão bastante popular por demonstrar o lado criativo, porém, muitas vezes, não recomendável com respeito às práticas da ética e honestidade.

O dito “jeitinho brasileiro” é configurado pelas trocas de favores, no sentido das pessoas se darem bem com o mínimo esforço, ou seja, levar os outros no papo, na lábia.
Juliana Miranda em "A história do jeitinho brasileiro", aponta que:

Segundo a história, essa fama do brasileiro surgiu em 1946, quando o médico húngaro Peter Kellemen veio morar no Brasil. Ele precisou procurar o consulado geral para regularizar sua situação no país e se surpreendeu quando o cônsul Jose de Magalhães e Albuquerque resolveu colocar em seus documentos que ele era agrônomo e não médico. A medida fui tomada para facilitar o visto para o estrangeiro.

Então, como se pode verificar o “jeitinho brasileiro” é uma técnica relativamente nova de dar um jeito naquilo que pode ser resolvido por improviso, mas tem-se a impressão de que fosse uma cultura antiga do brasileiro, por ser tão popular e difundida na cultura do povo.

O brasileiro tem fama de “dar um jeitinho em tudo”, o que remete a certa malandragem do povo. A capacidade de “criatividade e improvisação” para resolver problemas ou atender interesses pessoais é uma característica nata do brasileiro. Mas, ao mesmo tempo em que isso lhe dar certo orgulho, pode também causar “vergonha”, além da impressão de que se pode ter de uma sociedade corruptível.

Quem já não foi passado por alguma pessoa em uma fila qualquer (banco, serviço de saúde, aeroporto, ônibus etc.), em que essa pessoa dá “aquele jeitinho” de estar sempre à frente das demais? Ou daquela que está numa fila, de repente precisa dar uma saidinha rápida, e aí diz: “guarde meu lugar, vou ali e volto rapidinho”. Ou então, quem já não observou aquele sujeito que tentar adiantar “seu lado” cortando pela direita, em uma rodovia congestionada? Ou ainda, aquele sujeito que estaciona na “vaga de deficientes” com a justificativa de que estaria sem tempo para encontrar uma “vaga disponível para não deficiente”.

O “jeitinho brasileiro”, para o bem ou para o mal, passou a ser um assunto tratado em diversos fóruns, há uma contradição no âmbito do tema, pois ao tempo em que por um lado tem aspectos positivos, por outro já apresenta aspectos negativos, na avaliação de muitas pessoas que buscam a discussão sobre o assunto.

Felipe Oliveira, "Folha", infere de "O jeitinho brasileiro foi promovido de vergonha nacional a centro da cultura estratégica brasileira. E com ensinamentos a serem divulgados mundo afora".Nesse sentido, aponta análise do professor francês Pierre Fayard, do Instituto Franco-Brasileiro de Administração de Empresas (IFBAE), em palestra proferida para Câmara França Brasil, em São Paulo, quando o palestrante aduz sobre a grande dimensão do problema apesar de aparentemente parecer pequeno.

"... O jeitinho brasileiro tem componentes que são vistos como negativos, mas também há alguns que são bem positivos ...” aponta o professor.

Felipe Oliveira lembra os argumentos de "Pierre Fayard" em  que este cita Fernando Sabino para aduzir de que "Na cultura do jeitinho, a cabeça está aberta a qualquer possibilidade, regular ou não. Vai dar certo, e se não der, ainda não chegou ao fim ...”.

No mundo da política o “jeitinho” é mais comum do que se imagina. O que se percebe em todas as esferas de poder são os agentes políticos e ou servidores públicos procurando sempre dar um “jeitinho” em prol das suas conveniências. Isso se torna um câncer que destrói o papel social do Estado. Pois leva as instituições ao descrédito e banaliza os fundamentos que permeiam as relações públicas no Estado democrático de direito.

Rodrigo Foureaux aponta em "recanto das letras" o brocardo “dura lex, sed Lex”, o que traduz a ideia de que “a lei é dura, mas é a lei”. Lembra ainda ”que é para todos, independentemente da origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, conforme dispõe a Carta Magna brasileira”.



JMiguel
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