.

O desenvolvimento humano autêntico

O desenvolvimento humano não deve ser visto como um processo autônomo e retilíneo em que busque apenas atender aos interesses mercadológicos. Mas, sobretudo, criar condições que favoreçam o processo de desenvolvimento do ser em toda a sua essência e torná-lo um agente multiplicador do bem-estar, utilizando-se da inteligência e sabedoria que a natureza lhe proveu.

Já não existem duvidas de que as sociedades de massas, onde a produção dos bens e serviços visam apenas os resultados de natureza econômica, não proporcionam a felicidade tão sonhada pelo homem.

O desenvolvimento que o homem experimentou nos últimos tempos, especificamente, no campo da tecnologia, tornou-o mais escravo de um modelo de produção e consumo do que um agente que pudesse, utilizando-se dos mecanismos técnico-econômico-sociais, engendrar um conceito de desenvolvimento em que o SER prevalecesse sobre o TER. 

A experiência tem demonstrado que o acúmulo de bens e serviços de forma exacerbada sem a observância intencional da moralidade, em que não se busque contemplar e valorar as virtuosidades do gênero humano, volta de encontro ao próprio homem sufocando-o e oprimindo-o. Portanto, precisa o homem buscar sua maturação com a finalidade de atingir o crescimento do seu SER vocacionado pelo Criador.

A grande injustiça da humanidade está em "poucos" ter muito e "muitos" ter pouco ou quase nada, quando, pela lógica, o equilíbrio estaria na inversão desses valores; pois só assim a injustiça na distribuição dos bens e serviços originariamente destinados a todos seria mitigada.

O desenvolvimento não pode ser visto apenas no aspecto econômico, mas em toda globalidade vocacional do ser humano, assim como na sua capacidade potencial de transformação.

O homem como um ser social tem a obrigação de promover o desenvolvimento visando sempre o bem da maioria. O consumo de bens e serviços deve ser visto como um bem social, desde que se leve em conta as necessidades humanas, desde que estas tenham como parâmetros os valores sociais, morais, espirituais e humanos.



JMiguel


(Resumo crítico da Carta Encíclica Sollicitudo Rei Sociales de João Paulo II - cap. IV).
Compartilhe este artigo :

.

 
"
Design: Jmiguel | Tecnologia do Blogger | Todos os direitos reservados ©2012
"