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A volta por cima do índio Evo Morales


Terra Magazine
Por Bob Fernandes

Desacreditado no início, hoje, além de um bom índice de aprovação interna e alta taxa de crescimento econômico, o país tem sido reconhecido no exterior como politicamente estável. Muitos poderão dizer que isso se deve aos bons ventos do mercado de commodities e preços do gás natural. O mesmo que dirão sobre o petróleo venezuelano e os minérios, soja e carnes brasileiros.
Mas não é isso o que temos? E quando não foi assim?
Fato é que, em 2012, o PIB da Bolívia cresceu 5,2%, com inflação na casa de 4,5%. Comparem com o “pibinho” e a inflação por aqui. Na América do Sul, somente Peru, Chile e Venezuela cresceram pouco mais do que os bolivianos.
Importante notar que o governo de Evo Morales faz crescer o país sem fazer piruetas com o déficit fiscal, mantendo um superávit da ordem de 1,8% do PIB.
Com isso, ganha credibilidade e investimentos inéditos num país décadas perseguido pela falta de confiança.
Em seus pronunciamentos, o governo credita as conquistas, sobretudo, ao mercado interno. Emprego, renda e consumo. Quer afastar qualquer suspeita de exercer política econômica neoliberal.
Na empreita, rebaixa o fato de que suas exportações de gás natural para Brasil e Argentina, aumentadas em volume e preços, cresceram mais de 40%, em 2012.
Não deveriam desculpar-se ou esconder a importância de suas exportações de uma nota só. Exportar mais não é apanágio exclusivo de rotas neoliberais.
Ou lhes parece neoliberal um governo que aumentou o índice de estatização do principal setor da economia, o de hidrocarbonetos, de 18%, em 2005, para os atuais 34%?
Imaginem isso acontecendo no Brasil e quantas passeatas “Cansei” e manchetes amaldiçoando o governo já teriam ocorrido.
No mais, e por todos os índices que se escolher para analisar o desempenho da economia boliviana, encontraremos sucesso.
Até agora, na Bolívia, o índio eleito presidente parece preferir um Stradivarius a um apito. É um virtuose perto de alguns colonizadores.
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